Japonesas ouvem chamado de Abe, mas trabalham meio período
Connor Cislo
28/07/2017 09h56
(Bloomberg) -- O mercado de trabalho do Japão mostra o maior aperto em décadas, segundo os dados mais recentes do Ministério do Trabalho. O desemprego iguala o menor patamar em duas décadas, de 2,8 por cento, e a proporção de empregos por candidato é a mais alta desde meados da década de 1970.
Conseguir colocar mais mulheres na força de trabalho é uma forma de diminuir a escassez que esses números representam e é uma das metas do primeiro-ministro, Shinzo Abe. Ele sabe que, com uma sociedade envelhecida, o Japão precisa de mais pessoas trabalhando para manter o avanço econômico.
Embora tenha havido algum sucesso no plano de levar mais mulheres ao mercado de trabalho, o problema é que muitas delas estão ocupando empregos com baixos salários, de meio período e temporários em vez de se unirem às fileiras de funcionários assalariados com empregos de tempo integral do Japão.
E apesar de o salário de quem trabalha meio período ter crescido de forma constante, isso não significa que elas realmente estão levando mais dinheiro para casa. À medida que os salários aumentaram, os trabalhadores de meio período passaram consistentemente a trabalhar menos horas, o que significa que sua renda permaneceu praticamente inalterada.
Uma explicação para esta tendência é a dedução de impostos e as regras de bem-estar social que incentivam os cônjuges a limitarem sua renda para que a família possa diminuir a carga tributária total.
E a falta contínua de creches não está ajudando as mulheres a aceitarem empregos em tempo integral.
Assim, embora tenha havido progresso, ainda há muito trabalho a fazer para utilizar plenamente as ferramentas e habilidades de uma grande parte da força de trabalho do Japão -- as mulheres desempregadas e subempregadas.
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