Ano turbulento para ações dos EUA pode terminar em calmaria
Alguns investidores provavelmente entrariam em pânico se disséssemos no início de 2019 que a guerra comercial não acabaria. Ou que os lucros corporativos cairiam e que surgiria um processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos.
Ao avançar o calendário 11 meses, ninguém parece se importar. A volatilidade no mercado de renda variável flerta com o menor nível em dois anos. E novembro pode ficar entre os meses mais calmos em três décadas. As ações estão em alta um mês antes do Natal, e nem mesmo a corrida presidencial do ano que vem parece incomodar os investidores.
"Parece que nada aconteceu. É incrível," disse Paul Brigandi, diretor-gerente da Direxion, em entrevista por telefone. "A volatilidade está baixa. Talvez baixa demais, considerando as incertezas."
A paz que prevalece diante da turbulência irrita alguns traders, segundos os quais os investidores estão se iludindo com a ajuda de um Federal Reserve complacente. A conta de Donald Trump no Twitter pode estar silenciosa por enquanto - mas a calma não vai durar.
Por outro lado, a tranquilidade é uma característica marcante do mercado altista há quase 11 anos. Embora as crises de pânico tenham ocorrido mais rapidamente nos últimos dois anos, nenhuma elevou o índice de volatilidade VIX acima da média de longo prazo por mais de alguns meses. Com essa perspectiva, os operadores podem simplesmente estar voltando a padrões que prevaleceram desde a crise.
É tão tedioso que, com a alta de sexta-feira, o S&P 500 tem a garantia de fechar pelo menos 29 sessões sem quedas consecutivas, o maior período desde 2005.
Lentamente, as ações voltaram à tendência ascendente que marcou 2017, o ano mais tranquilo para o S&P 500 desde 1965. A volatilidade em dez dias no mercado acionário dos EUA caiu abaixo de 3 pela primeira vez desde outubro daquele ano.
"O nada do mercado continua, o que levanta a pergunta: é um sinal de um mercado cansado ou que simplesmente não pode ser derrubado?", disse Frank Cappelleri, trader sênior de ações e técnico de mercado da Instinet, em Nova York. "Os ganhos foram pequenos, enquanto as quedas foram ainda menores. Goste ou não, a baixa volatilidade é amiga de uma tendência de alta."
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