Produção de petróleo da Venezuela cai ao seu nível mais baixo em 28 anos
Caracas, 8 jan (EFE).- A produção de petróleo da empresa estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) caiu em 100 mil barris por dia em dezembro e se situou em 1,7 milhão de barris diários, o número mais baixo desde 1989, segundo dados da companhia de análise do mercado energético S&P Global Platts.
Estes números representam "uma baixa que não se via desde que a indústria petrolífera venezuelana sofreu os efeitos de uma grande greve entre dezembro de 2002 e fevereiro de 2003", segundo os cálculos da S&P Globap Platts, que utiliza fontes da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).
- Venezuela rompe recordes negativos e fechará 2017 com 2.700% de inflação
- Petrobras reduz gasolina em 1,6%; preço subiu 25,4% em seis meses
- Xampu Hoed & Shouders e absorvente Aluays? Na Venezuela são sucesso
"Sem contar os meses em que a greve teve impacto, é preciso voltar a agosto de 1989, mais de 28 anos atrás, para encontrar uma produção tão baixa da Venezuela", diz o relatório publicado nesta segunda-feira.
Segundo o documento, "o país veio sofrendo com uma crise econômica, política e humanitária em espiral, com a empresa petroleira estatal, PDVSA, com poucos fundos, funcionários e equipes e afetada pelas sanções dos Estados Unidos, que restringem seu financiamento".
O governo de Donald Trump aplicou em agosto sanções financeiras contra a Venezuela e a PDVSA, com as quais proibia empresas americanas de negociar dívidas do Estado venezuelano e da petroleira estatal.
A PDVSA foi declarada em "default" por várias agências financeiras internacionais, ao atrasar o pagamento dos vencimentos de vários de seus bônus.
As autoridades venezuelanas atribuem estes problemas para pagar às sanções de Trump, e atribuem a queda da produção da PDVSA à corrupção dentro da empresa.
Em uma suposta campanha contra esta corrupção, mais de 60 pessoas, entre elas dois ex-presidentes da empresa, foram detidas, e o presidente Nicolás Maduro nomeou um militar sem experiência no setor para dar fim às práticas fraudulentas que ele denuncia.
"Os especialistas dizem que as perspectivas de qualquer melhora a curto prazo na produção de petróleo na Venezuela são escassas", diz a S&P Global Platts.
Em outubro do ano passado, e segundo dados da Opep, a petroleira registrou pela primeira vez uma produção abaixo dos 2 milhões de barris diários, após ter adquirido uma grande dívida durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez para atingir os 6 milhões de barris diários.