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Desaceleração se aprofunda, e economia dos EUA avança 1,9% no 3º trimestre

30/10/2019 12h58

Alfonso Fernández.

Washington, 30 out (EFE).- A progressiva desaceleração da economia dos Estados Unidos se aprofundou no terceiro trimestre do ano, com um ritmo anual de crescimento de 1,9%, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Comércio.

Esta é a primeira das três estimativas de evolução do Produto Interno Bruto (PIB) que o governo dos EUA divulgará, mas os números preliminares apontam a sequência da desaceleração.

No primeiro trimestre, a economia do país havia avançado 3,1%, ritmo que caiu para 2% entre os meses de abril a junho.

Os números do terceiro trimestre, porém, foram melhores que o previsto por analistas, que esperavam um avanço menor, de 1,6%.

"A expansão da economia dos EUA é a mais longa da história e, enquanto vemos que isso continuará em 2020, os riscos de pelo menos um trimestre de crescimento negativo estão aumentando", afirmou James Knightley, economista internacional chefe da consultoria ING.

Segundo analistas, a desaceleração da economia americana foi menor do que a esperada porque a queda do investimento empresarial foi compensada por uma alta dos gastos dos consumidores e pela recuperação das exportações.

Os gastos dos consumidores, que representam quase dois terços da atividade econômica dos EUA, cresceram 2,9% no terceiro trimestre deste ano, um ritmo menor que os 4,6% registrados entre abril e junho, mas ainda assim suficiente para sustentar o avanço do PIB.

Pouco antes da divulgação dos números, o presidente dos EUA, Donald Trump, destacava que a situação da economia era a "melhor da história".

Os dados do Departamento de Comércio foram divulgados no mesmo dia em que o Federal Reserve (Fed), o banco central do país, encerrará uma nova reunião de política monetária que pode decretar o terceiro corte consecutivo nas taxas de juros, que atualmente estão em um patamar entre 1,75% e 2%.

O Fed tem sido um dos principais alvos das críticas de Trump, que considera que o órgão tem sido lento demais na hora de cortas os juros no país. O presidente quer zerar a taxa para estimular o crescimento da economia americana.

A guerra comercial contra a China promovida por Trump aumentou a preocupação dos empresários, tendo efeitos sobre as exportações e importações dos EUA.

Como consequência, o ritmo de crescimento da economia americana está longe da promessa feita por Trump ao chegar na Casa Branca. Pouco depois de tomar posse, o presidente prometeu manter o ritmo de expansão do PIB do país na casa dos 3%.

A desaceleração amplia as incertezas no país, que vai às urnas em novembro do ano que vem. Trump tem usado o bom momento econômico do país como o principal argumento da campanha à reeleição. EFE