Heleno: 'Não dá para saber se decisão dos sauditas teve viés ideológico'
Adriana Fernandes, enviada especial
Davos
22/01/2019 18h50
Mais cedo, o secretário-geral da Liga Árabe até 2011 e hoje um dos diplomatas do Oriente Médio de maior influência na região, Amr Moussa, afirmou que a decisão seria uma retaliação dos países árabes à ideia estudada pelo governo Jair Bolsonaro de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. "O mundo árabe está enfurecido (com o Brasil)", disse Moussa, que participa do Fórum Econômico em Davos. "Essa é uma expressão de protesto contra uma decisão errada por parte do Brasil", insistiu.
O anúncio do governo saudita foi divulgado na noite de segunda-feira em relatório direcionado ao Ministério da Agricultura do Brasil. Nesta tarde de terça, a medida foi mal recebida pelo mercado e os papéis da BRF lideraram a queda do índice Ibovespa. As ações ON da BRF chegaram a recuar 4,53%.
Segundo uma fonte diplomática, negociações com a Arábia Saudita em torno da forma de produção do frango vinham sendo feitas desde o governo Temer. Os sauditas têm algumas demandas específicas devido a questões religiosas.