Crédito ampliado a famílias e empresas sobe 2,1% no semestre, diz BC
Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Brasília
26/07/2019 16h36
Em processo iniciado ainda no governo de Michel Temer, o crédito direcionado - aquele que utiliza recursos da poupança e do BNDES - vem perdendo espaço em relação ao crédito livre e ao financiamento feito por meio de outros instrumentos de crédito. Os dados do BC mostram que, em junho, o saldo total do crédito direcionado atingiu R$ 1,462 trilhão. No pico histórico, visto em janeiro de 2016, o montante chegou a R$ 1,590 trilhão.
Neste mesmo período - de janeiro de 2016 a junho deste ano - o saldo de crédito com recursos livres subiu de R$ 1,618 trilhão para R$ 1,834 trilhão.
Além de acessar mais o crédito livre, as famílias e, em especial, as empresas têm buscado recursos em outras fontes.
Os dados do BC para o crédito ampliado - que reúne informações sobre as operações tradicionais de crédito via Sistema Financeiro Nacional (SFN) e das operações com outros tipos de títulos e certificados - mostra um avanço contínuo no saldo.
Os números sugerem que as empresas estão trocando o crédito tradicional pelo financiamento via títulos privados (debêntures e notas comerciais). Além disso, a dívida proveniente de títulos emitidos no mercado externo também tem sido trocada por títulos privados domésticos.
De agosto de 2018 (pico histórico) a junho deste ano, o saldo de crédito de famílias e empresas ligado a títulos emitidos no mercado externo caiu 41,2%, de R$ 188,6 bilhões para R$ 110,9 bilhões. No mesmo período, o saldo de crédito ligado a títulos privados (debêntures e notas comerciais) emitidos no mercado doméstico subiu 21,2%, de R$ 358,0 bilhões para R$ 434,0 bilhões.