Para diretor da CNTTL, não é o momento para greve de caminhoneiros
Tânia Rabello
São Paulo
30/03/2020 13h28
Litti, que também é presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (RS), comentou ainda que os decretos estaduais instituindo períodos de quarentena por causa do coronavírus interferiram, de fato, na logística e no apoio que os caminhoneiros encontram normalmente nas estradas, como restaurantes, borracharias, postos de molas, banheiros para tomar banho, etc. "Isso causou, inicialmente, grandes problemas ao setor", continua. "Mas agora, aparentemente a situação começa a se normalizar."
De todo modo, Litti comenta que as medidas tomadas pelos governos - entre elas, definir o transporte de cargas e restaurantes de rodovias como serviços essenciais -, até o momento, "só foram anunciadas". "Ainda está tudo em fase de estudo ou de legislação que precisa ser complementada, para só então chegar na ponta", diz.
Mesmo assim, ele acha as iniciativas importantes. "É importante porque são ações que têm de ser feitas e coordenadas pelo governo federal, tem de ser uma ação integrada no governo, tanto no Ministério da Saúde quanto da Economia e da Infraestrutura", diz. "É algo muito mais eficaz do que ações isoladas, apenas das entidades."
Apesar das dificuldades que os caminhoneiros enfrentaram nos últimos dias, Litti não é favorável, pelo menos por enquanto, à reabertura da economia, como vem propondo o presidente Jair Bolsonaro. "A saúde vem em primeiro lugar", assinala.