Em meio à crise, Guedes toma terceira dose da vacina contra a covid-19
Adriana Fernandes
Em Brasília
22/10/2021 11h48Atualizada em 22/10/2021 11h51
Após enfrentar uma debandada em sua equipe e a reação negativa do mercado com a possibilidade de o governo furar o teto de gastos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, interrompeu seu expediente na manhã de hoje para tomar a terceira dose da vacina contra a covid-19.
O local escolhido foi o posto de saúde do Lago Norte, área nobre de Brasília, a cerca de 13 km da Esplanada dos Ministérios. Guedes, que tem 72 anos e faz parte do grupo de risco da doença, havia tomado a primeira dose ainda em março, com a CoronaVac.
Na contramão do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que se não se vacinou e adota discurso negacionista em relação aos imunizantes, o ministro da Economia defende a vacinação em massa como solução para a volta à normalidade e a recuperação econômica.
O cenário atual, porém, é de inflação em alta e crise no mercado financeiro após o governo anunciar que pretende mudar a regra de cálculo do teto de gastos, principal âncora da política fiscal brasileira, para financiar um novo programa social, o Auxílio Brasil.
A manobra motivou pedidos de demissão de quatro dos principais secretários do Ministério da Economia.
O secretário Especial de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, deixou o governo por não concordar com a ruptura da política fiscal com a finalidade eleitoral.
O secretário do Tesouro, Jeferson Bittencourt, e mais dois secretários-adjuntos, Gildenora Dantas e Rafael Araújo, acompanharam Funchal na debandada.