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Confederações de caminhoneiros criticam 'auxílio diesel': 'Humilhação'

Auxílio não resolve "problema da política equivocada de preços da Petrobras", diz Litti - Fábio Costa/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Auxílio não resolve 'problema da política equivocada de preços da Petrobras', diz Litti Imagem: Fábio Costa/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Isadora Duarte

Em São Paulo

22/10/2021 11h15Atualizada em 22/10/2021 11h16

O auxílio aos caminhoneiros que será concedido pelo governo federal, anunciado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não agradou à CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística).

"O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade. Para as petroleiras (dão) um trilhão, para o caminhoneiro humilhação", disse o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.

O presidente do CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), Plínio Dias, também criticou a medida. "Nossa pauta é outra: é a sobrevivência da categoria, como estamos pedindo. O governo não poderá nos ajudar para sempre", afirmou Dias.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo criará um benefício voltado a 750 mil caminhoneiros autônomos, que receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel.

O presidente não forneceu detalhes sobre como será o auxílio, de R$ 400 por mês, e nem a origem dos recursos. O anúncio foi feito no evento de inauguração do Ramal do Agreste, em Sertânia (PE).

'Proposta ridícula'

Na avaliação de Litti, a proposta do governo é "ridícula". "Mostra o total despreparo com qual é tratada a categoria", afirmou o diretor da CNTTL.

"É um absurdo pensar que uma categoria de transportador autônomo com todas dificuldades que tem enfrentado possa compreender uma proposta tão insignificante", disse.

Ele também criticou o fato de a medida não ser direcionada às causas da elevação do diesel.

"Não é o auxílio que vai resolver o problema da política equivocada de preços da Petrobras para combustíveis. É preciso extirpar o mal que essa política errada está ocasionando", afirmou o diretor da CNTTL.

Caminhoneiros rodoviários autônomos e celetistas anunciaram estado de greve no último sábado e afirmam que vão paralisar as atividades em 1º de novembro, caso o governo não atenda às reivindicações da categoria.

Os pedidos incluem cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, mudança na política de preços da Petrobras para combustíveis e aposentadoria especial a partir de 25 anos de contribuição, entre outros.

A CNTRC, a CNTTL e a Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores) estão à frente do movimento. A Abrava disse à reportagem que as reivindicações e a greve estão mantidas.