Turismo tem prejuízo de R$ 463,8 bi na pandemia; CNC vê alta de 22,5% em 2021
As atividades turísticas já somam um prejuízo de R$ 463,8 bilhões desde o agravamento da pandemia do novo coronavírus no País, em março de 2020, até novembro de 2021, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A tendência é de recuperação gradual, mas a nova onda de contaminações por covid-19 decorrente da disseminação da variante Ômicron deve frear o ritmo de retomada, avaliou o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC.
Em novembro, a ociosidade da capacidade instalada do setor diminuiu, resultando na menor perda mensal de receitas desde o início da pandemia, R$ 10,3 bilhões, calculou Bentes.
"O aumento no número de casos de contaminação pela variante Ômicron, todavia, deve frear a recuperação do setor já a partir de dezembro e, sobretudo, a partir de janeiro de 2022. A queda na circulação de consumidores em áreas de comércio e serviços tem sido mais acentuada na primeira semana de 2022 (-7,1%) do que nos sete primeiros dias do ano passado (-6,3%). A rápida disseminação e predomínio da nova variante têm provocado o cancelamento de eventos relevantes da alta temporada do turismo brasileiro, em especial do carnaval, em diversas localidades. Até o início da crise sanitária, o evento movimentava R$ 8,1 bilhões no Brasil", escreveu Bentes, em relatório.
A CNC prevê um crescimento de 22,5% para as atividades turísticas em 2021, seguido de aumento de 1,7% em 2022. O segmento teve um tombo de 36,6% em 2020, afetado pela crise sanitária. Segundo Bentes, o setor deve voltar a operar no nível do pré-crise sanitária apenas em setembro deste ano.
Do prejuízo acumulado na pandemia até novembro deste ano, mais da metade ficou concentrado nos Estados de São Paulo (R$ 199,9 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 57,1 bilhões).
O agregado especial de Atividades turísticas cresceu 4,2% em novembro ante outubro de 2021, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa a sétima taxa positiva consecutiva, período em que acumulou um ganho de 57,5%. O segmento ainda opera 16,2% aquém do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.
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