Otto quer sabatina em 17/9 e diz que Galípolo afirmou haver tendência de estabilidade dos juros
O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), disse nesta terça-feira, 3, que o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicou que "há uma tendência de estabilidade dos juros".
"Eu tratei com ele sobre a questão do momento, a projeção dos juros, agora e no futuro. Ele falou que há uma tendência de estabilidade", disse Otto, após receber visita de Galípolo nesta manhã.
O líder do PSD afirmou ainda que Galípolo disse a ele ver um cenário econômico melhor do que estava previsto por especialistas. "Ele me disse que o crescimento econômico está previsto neste ano para ser maior do que se previa. Alguns bancos estão fazendo avaliação de um crescimento de até 3,1%. Os indicadores da economia estão bons", disse o senador.
Otto defendeu que a sabatina de Galípolo seja realizada no dia 17 de setembro, e não no dia 10, como deseja o governo e foi exposto pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na segunda-feira, 2. Otto também criticou o ministro pela declaração ontem e disse que houve uma "interferência indevida" de Padilha ao anunciar o relator da indicação do presidente do BC.
"Foi uma interferência indevida do ministro Padilha, não devia ele indicar o relator (da indicação de Galípolo)", disse o senador. "A declaração do Padilha foi totalmente indevida e descabida, não é ele quem indica relator", completou. Padilha disse que quem seria o relator da indicação é o senador Jaques Wagner (PT-BA).
A fala contra Padilha evidencia um descontentamento com a atuação do ministro neste caso. Vanderlan Cardoso também criticou o ministro mais cedo, dizendo que o anúncio por ele feito "só atrapalha" a definição de uma data para a sabatina. Além de Padilha adiantar, em entrevista coletiva ontem, o que seria a data para a realização da sabatina e o relator da indicação, a Secretaria de Relações Institucionais vinha confirmando, na semana passada, um acordo para que a sabatina fosse realizada no dia 10, o que não existia até o momento. O presidente da CAE vinha atuando nesse sentido, mas houve resistências na cúpula do Senado para que isso acontecesse.
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