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Campos Neto: debate sobre jornada 6x1 vai no sentido contrário a avanços no mercado de trabalho

São Paulo

18/11/2024 14h58

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou nesta segunda-feira, 18, a externar preocupação com um eventual avanço do debate que toma como base a proposta de emenda à Constituição que estabelece o fim da jornada de trabalho de 6 dias e trabalho por um de descanso. De acordo com o banqueiro central, a proposta caminha na mão contrária dos avanços conquistados na esteira da reforma trabalhista. Ele participou até o início da tarde desta segunda-feira de evento realizado pela Consulting House em São Paulo.

A propósito, segundo Campos Neto, o bom momento pelo qual passa o mercado de trabalho se deve às reformas feitas no Brasil. Atualmente o País conta com uma das menores taxas de desemprego de sua história.

"O bom momento do mercado de trabalho se deve às reformas feitas no Brasil", disse o presidente do BC.

O debate sobre a redução da jornada de trabalho no País ganhou força nos últimos dias porque a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) já teria conseguido número bem superior ao mínimo de 171 assinaturas de seus pares para que sua proposta de emenda à Constituição para a redução da jornada de 6 dias de trabalho por um de descanso possa ser aceita pela Câmara.

Pela proposta da parlamentar psolista, a jornada de trabalho, caso aprovada a sua alteração, passaria ser de 4 dias de trabalho por 3 de descanso.

Ao comentar sobre as expectativas em torno de crescimento e inflação, Campos Neto disse que os elevados preços dos insumos têm levado os agentes da economia real se revelarem mais pessimistas que os agentes do mercado financeiro.

Cenário da economia global e efeito sobre políticas monetárias

No mesmo evento em São Paulo, o presidente do Banco Central afirmou que os bancos centrais ao redor do mundo têm se debruçado sobre a discussão a respeito do que aconteceria com a política monetária se a economia mundial começasse a contrair daqui para a frente.

Campos Neto contextualizou que, em momentos em que há certo esfriamento da atividade, os governos costumam agir com expansão fiscal.

O momento atual, contudo, não é dos mais propícios para isso, na avaliação de Campos Neto, entre outras coisas, porque o nível da dívida dos países já está muito alto.

"Fato é que isso significa que alguns bancos centrais estão pensando qual será nossa 'caixa de ferramentas' daqui para frente. Será que nós vamos poder usar as mesmas ferramentas que fizemos no passado?", questionou o chefe do BC brasileiro. "Existe hoje um questionamento que talvez tenha menos grau de liberdade para frente", complementou.

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