Petrobras propõe investimentos de US$111 bi em plano 2025-29, com alta de 9%
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras afirmou nesta segunda-feira que a diretoria executiva propôs investimentos de 111 bilhões de dólares pela companhia entre 2025 e 2029, montante que representaria uma alta de cerca de 9% na comparação com o programa anterior, de acordo com fato relevante.
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A afirmação foi feita em esclarecimentos de notícias ao mercado. A Petrobras ressaltou que os investimentos deliberados pela diretoria ainda precisam ser aprovados pelo conselho de administração da petroleira.
A reunião do colegiado para aprovação do plano está prevista para a próxima quinta-feira.
O valor proposto ficou próximo dos 110 bilhões de dólares comentado por fontes com conhecimento do assunto, segundo reportagem da Reuters publicada ao final de outubro, quando elas tinham dito que as discussões do plano estavam avançadas.
A alta indicada no programa de investimentos da Petrobras deve ficar abaixo da estimativa de crescimento do programa plurianual aprovado no ano passado, que havia apontado um aumento de mais de 30%, considerando projetos em implantação (91 bilhões de dólares) e em avaliação (11 bilhões de dólares).
A indicação de que os investimentos do plano plurianual devem crescer ocorre apesar de a empresa estar encontrando dificuldades desde 2023 para atingir as metas anuais de aportes, conforme reportou a Reuters em meados de outubro. A petroleira investiu menos do que o previsto no ano passado e diminuiu a previsão feita para 2024.
O novo plano de negócios virá meses após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter feito uma mudança na cúpula da estatal, indicando Magda Chambriard para ocupar o cargo de presidente. A executiva recebeu a missão de acelerar investimentos, em áreas como refino, gás natural e construção naval, considerando que a Petrobras tem o papel de ser impulsionadora de empregos e renda no Brasil.
Após a mudança na Petrobras, a estatal anunciou uma série de acordos na área de fertilizantes, com o governo brasileiro buscando reduzir a dependência de importações do insumo fundamental para impulsionar a agricultura. O mais recente envolveu a norueguesa Yara, nesta segunda-feira.
FOCO EM PETRÓLEO
Como é tradição nos planos da Petrobras, a empresa afirmou nesta segunda-feira que a área de Exploração & Produção de petróleo poderia receber a maior parte dos investimentos, estimados em cerca de 77 bilhões de dólares, segundo o que foi proposto pela diretoria.
No plano anterior, a Petrobras previu 73 bilhões de dólares, do total de 102 bilhões de dólares.
A área de exploração ficaria com 7,9 bilhões de dólares, em um período em que a estatal buscará abrir novas fronteiras como a Foz do Amazonas, na Margem Equatorial --ainda que aguarde um aval do Ibama para atuar na área.
Em fato relevante nesta segunda-feira, a estatal afirmou que o plano apresentado pela diretoria projeta produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed), volume estável na comparação com o programa de cinco anos anterior.
Os investimentos em Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC) foram estimados em cerca de 20 bilhões de dólares, acima dos totais de 17 bilhões de dólares do programa anterior, que não contava com a rubrica fertilizantes.
Sobre a projeção de dividendos ordinários, a empresa disse que ficarão em faixa que começa em 45 bilhões de dólares e flexibilidade para pagamentos extraordinários de até 10 bilhões de dólares no período do plano.
No plano anterior para o período de 2024-2028, a Petrobras previu montantes entre 45 bilhões e 55 bilhões de dólares para a remuneração de acionistas, incluindo dividendos tradicionais, extraordinários e recompras de ações.
(Por Roberto Samora)