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Coaching ajuda a identificar os "sabotadores" dos investimentos

28/03/2011 10h00

SÃO PAULO – O coaching existe no Brasil há dez anos, mas somente agora ele tem ganhado força entre os investidores. A proposta é desenvolver e até mesmo superar as principais qualidades e habilidades do aplicador, enquanto se elimina suas limitações e dificuldades.

O empresário Marcelo Baptista, de 38 anos, é um exemplo desses investidores que foram em busca do coaching. Depois de dois anos na bolsa de valores, e de algumas perdas, ele procurou ajuda do profissional quando decidiu fazer aportes maiores de dinheiro. “Queria ter ideia mais clara do que era o mercado, como ele se comportava e qual era o meu perfil”, afirmou.

O sócio da YouTrade, Marcelo Coutinho, identifica o perfil de Baptista entre seus clientes. “O coaching é indicado, primeiro, para aquele investidor que já tentou fazer sozinho, não conseguiu, e que precisa de ajuda em termos de conhecimento. E, segundo, para aquele que está começando e não quer errar”, afirmou.

O que ele faz?
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, Villela da Mata, pessoas de diversas especialidades podem se tornar coach e ele tende a crescer cada vez mais no Brasil voltado para o âmbito dos investimentos.

O coach nesta modalidade trabalha da seguinte maneira: ele monta a estratégia, cria um cenário e elimina os sabotadores que o cliente tem e que podem impedi-lo de atingir seus objetivos. “A partir do momento em que se decide fazer algo, está se perdendo algo. O coach tem de trabalhar nessas perdas”, explicou ele.

Ele ainda tem de trabalhar na noção de prazo do investidor. “O coach faz o aumento da percepção do indivíduo de como as decisões refletem a médio e longo prazo, porque somos seres que queremos recompensas imediatas”.

Baptista sente na pele a presença dos sabotadores. De oito horas de coaching que ele tem para realizar, só fez três. E, neste tempo, já conseguiu perceber que o emocional tem de ser controlado. “Por exemplo, se meu objetivo é ganhar R$ 2 e vejo que a ação caiu, eu vendo. Espero que até o final eu consiga ter bem clara a minha estratégia e ser fiel a ela, o que ainda falta”, disse.

Consultor x Coach
Para ser um coach de investimentos, é preciso entender de finanças e das melhores estratégias para ganhar dinheiro. Mas isso um consultor também pode fazer e indicar para um investidor. Então, qual seria a diferença entre um consultor e um coach?

Na relação coach/investidor, o objetivo é transmitir conceitos estratégicos sobre como gerenciar uma carteira de forma profissional e aproveitar tanto momentos de alta como de baixa para ganhar dinheiro – sem nunca esquecer de estar alinhado aos reais interesses do investidor.

O papel do consultor, por sua vez, é o de ouvir o cliente, estudar seus interesses e patrimônio, para então entregar um produto (ou vários) que atenda às necessidades dele. Baptista resume: “O coach ensina a fazer e o consultor só diz o que fazer”.

No bolso
Coutinho disse que na YouTrade o custo de um processo de coaching é de R$ 4,2 mil por quatro meses, com encontros semanais ou quinzenais, que podem ser presenciais ou pela internet. “É preferível gastar isso no coaching do que perder isso na bolsa. A carreira solo na bolsa pode ser difícil”, ponderou.

Mata, da SBCoaching, diz que o preço varia de como será o programa do investidor, em que nível ele está de conhecimento e outras variáveis.

Baptista, que aderiu ao programa de coaching, diz que o preço é justo e que o programa se paga pelos ganhos nos investimentos. “Estou indo bem, melhor do que antes. Estou me forçando mais a seguir minha estratégia e hoje sei qual o meu perfil. Indicaria o coaching para qualquer pessoa que fosse entrar no mercado de ações”.