Quem é Anna Saicali, ex-diretora das Americanas que se apresentou à PF

Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora das Lojas Americanas que voltou ao Brasil nesta segunda-feira (1º) atendendo a ordem da Justiça em uma investigação de fraude, trabalhou na empresa de 1997 a 2023.

Quem é

Saicali entrou nas Americanas em 1997, como diretora de recursos humanos e tecnologia. As informações constam de sua conta no LinkedIn.

Ao longo de 27 anos, a executiva passou por vários cargos e subsidiárias, sempre em áreas relacionadas à tecnologia. Foi cofundadora e presidente da B2W, que é dona do Submarino e do Shoptime, e, de 2018 a 2023, liderava a AME, a carteira digital das Americanas.

A executiva se apresenta como educadora, formada em artes plásticas (licenciatura) pela Universidade Mackenzie. Também fez um curso de finanças corporativas na New York University e um de negócios na Universidade Harvard.

A crença no conhecimento coletivo e o gosto por gente e inovação me trouxeram para o mundo corporativo. Entrei na Americanas para fazer o desenvolvimento de pessoas e me tornei uma profissional dedicada à inovação. Nesta trajetória que se encerrou, participei de 29 aquisições, sendo 10 entre 2019 e 2021.
Anna Saicali, ex-diretora da Americanas, no LinkedIn

Saicali foi afastada de suas funções nas Americanas em fevereiro de 2023. A empresa determinou o afastamento de seis executivos e diretores da área financeira e contábil da companhia e de suas controladas, incluindo o então presidente-executivo Miguel Gutierrez, para evitar que atrapalhassem as investigações sobre o rombo bilionário que levou a varejista a pedir recuperação judicial. O problema foi informado publicamente pela companhia em 11 de janeiro de 2023.

O que aconteceu

Saicali desembarcou no aeroporto internacional de Guarulhos (Cumbica) nesta manhã. A executiva entregou seu passaporte à Polícia Federal ao chegar ao país e saiu do aeroporto por uma porta lateral, usando o estacionamento da PF, sem que a imprensa tivesse acesso a ela.

A determinação de que Saicali deveria ser tratada com discrição partiu do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal, do Rio de Janeiro. Essa determinação substituiu uma ordem de prisão preventiva após a defesa dela informar que a ex-diretora se comprometia em retornar ao Brasil. Na decisão, do dia 28/06, o magistrado determinou que ela deveria apenas se apresentar às autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa, "sem ser detida, nem algemada, nem passar por qualquer tipo de constrangimento ou vexame".

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A executiva estava em Portugal desde o último dia 15. Havia um mandado de prisão contra ela emitido pela 10ª Vara em 27/06 no âmbito da operação Disclosure, que apura a participação de ex-diretores da companhia na fraude contábil de R$ 25,3 bilhões que levou as Americanas à recuperação judicial. Saicali e Miguel Gutierrez, que está na Espanha, tiveram seu nome inserido na lista de procurados da Interpol.

*Com informações de agências de notícias

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