Ações da Vale devem reagir bem ao novo presidente, dizem analistas
SÃO PAULO - Analistas de mercado acreditam que as ações da Vale (VALE3 e VALE5) poderão se recuperar após a indicação de Murilo Pinto de Oliveira Ferreira como novo diretor-presidente da companhia, solucionando a questão que se arrastou por semanas e manteve os papéis da mineradora sob pressão, embora alguns ainda temam a ingerência do governo sobre a empresa.
Em tom otimista, Max Bueno, da Spinelli Corretora, afirma que a "expectativa agora é que os papéis recuperem o tempo perdido desde o início do ano devido aos ruídos gerados ao longo deste processo, uma vez que a companhia se encaminha no segundo trimestre para seu melhor resultado trimestral da história, com crescimento projetado para os lucros em 2011 de 30% e importantes projetos de expansão"
Ainda é cedo
Já Pedro Galdi, da SLW, pondera que ainda é cedo para ter uma dimensão exata do peso que a escolha de Ferreira terá sobre as ações, embora o executivo seja reconhecidamente um excelente técnico e possua um currículo de respeito.
O analista afirma que, embora empresa conte com fundamentos favoráveis, que poderão ser observados em mais um forte resultado trimestral, há o risco de o governo começar a ter uma ingerência maior sobre a Vale, o que segundo Galdi, só o tempo irá dizer.
Neste mesmo sentido, Luiz Pacheco, da Omar Camargo Investimentos, acredita ainda há certa desconfiança do mercada acerca da escolha do novo presidente, uma vez que a opção por Ferreira atendeu diretamente ao desejo da Presidência da República.
Tributação das exportações
Por outro lado, como fato positivo, a escolha alinhada à preferência do governo deve servir como moeda de troca para a retirada da proposta de tributação para exportações de minério de ferro, disse Pacheco.
Pacheco também acredita que, se o governo tiver maior influência sobre a Vale, a mineradora poderá sofrer com a elevação dos custos de captação no exterior em razão do aumento dos riscos políticos.
Consequentemente, haveria uma revisão nos modelos de precificação atualmente adotados para as ações da empresa --cenário classificado como distante pelo analista.
Investimentos darão respostas
Em suma, conforme alerta a corretora Socopa, o mercado passará a mensurar a influência do governo sobre a Vale a partir da natureza e do direcionamento dos novos investimentos que a companhia fizer, "o que certamente seria interpretado de forma negativa pelos investidores", finaliza a corretora.
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