Fusão entre Sadia e Perdigão pode prejudicar consumidor, dizem órgãos de defesa
SÃO PAULO – O Cade (Conselho Administrativo da Defesa Econômica) aprovou nesta quarta-feira (13) a operação de fusão entre Sadia e Perdigão que cria a BrasilFoods. Embora para as empresas tal negócio possa trazer bons resultados, o consumidor passa a ter determinados produtos aglomerados em uma única marca.
Com a fusão, o uso da marca Perdigão fica suspenso por três anos em produtos suínos, quatro em salames e cinco anos em lasanhas, pizzas, frios e salgados. “A proposta inicial feita pela BRF (BrasilFoods) ao Cade foi insuficiente, por isso o órgão impôs agora medidas severas, como a retirada da marca Perdigão do mercado por até 5 anos e a venda de ativos importantes (marcas, dez fábricas e oito centros de distribuição).
Mas permanece a dúvida: quem vai ocupar imediatamente o lugar da Perdigão? Tudo indica que a Sadia, porque, mesmo que a BRF se desfaça de um terço de seus ativos, a única marca forte que restou foi a Sadia”, explica o gerente de Comunicação do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Carlos Thadeu de Oliveira.
Consumidor
Para os órgãos de defesa do consumidor, a fusão pode não se tornar benéfica para os consumidores. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), explica que a concentração de mercado é prejudicial ao consumidor, pois diminui a concorrência.
De acordo com o Oliveira, o Cade tentou amenizar essa concentração. "O Cade tentou minimizar barreiras à entrada de concorrentes, mas a concentração é tão grande que, mesmo que duas ou três marcas comprem parte dos ativos vendidos pela BRF, serão marcas pequenas frente à Sadia. E como a fusão já ocorreu na prática, 90% do mercado permaneceu nas mãos da BRF até agora. Por isso, operações dessa grandeza e grau de concentração têm de chegar previamente ao órgão antitruste – o que ocorrerá, caso seja aprovado ainda este ano o projeto de lei que cria o “Super Cade”.
Segundo a coordenadora Institucional da Proteste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, a fusão não é boa para o consumidor, pois “a retirada de uma marca e determinados produtos do mercado tira o poder de escolha, além de interferir em sua preferência”, explica.
Embora ache o processo prejudicial para o consumidor, a coordenadora afirma que proibir a eliminação de uma marca para a criação de outra “foi uma ação correta do Cade, apesar de que as marcas que não forem usadas deveriam ser leiloadas o mais rápido possível”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.