Recebeu ações da empresa como bônus de fim de ano? Saiba o que fazer
![Harry Campbell/The New York Times](https://n.i.uol.com.br/noticia/2011/07/12/bonus-a-executivos-continuam-a-crescer-apesar-das-criticas-dos-gurus-da-governanca-corporativa-de-esforcos-dos-sindicatos-para-diminuir-a-compensacao-e-do-apelo-dos-politicos-pela-regulamentacao-dos-1310519628535_615x300.jpg)
SÃO PAULO – O final do ano está chegando e com ele a expectativa de muitos trabalhadores em relação às bonificações, comuns nesta época.
Muitas vezes relacionados ao desempenho do funcionário e ao cumprimento de metas, os bônus podem ser pagos de diversas maneiras. Muitas empresas pagam em dinheiro, enquanto outras oferecem remunerações diferentes, como pagamento em ações da companhia.
Mas o que fazer com este bônus? Quem recebe bonificação em ações da companhia deve vender ou manter os papéis para o longo prazo?
De acordo com o educador financeiro e fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, Mauro Calil, os funcionários devem enxergar o bônus como uma oportunidade de investimento e não como um valor para gastar como se fizesse parte do salário.
“Toda forma de bônus deveria ser poupada. É importante ter um planejamento financeiro adequado para que os gastos sejam pagos apenas com o salário mensal e não utilizando décimo terceiro e muito menos o bônus”, afirma.
Para quem recebe uma bonificação em ações, ele ressalta que, em primeiro lugar, é importante saber se existe alguma restrição quanto à permanência dos ativos em carteira. “Algumas empresas podem exigir que o funcionário permaneça com as ações por um tempo predefinido, seis meses, um ano”, afirma o educador financeiro.
Manter ou vender?
Para aqueles que não têm restrições quanto à venda imediata dos papéis, é importante que sejam analisados alguns pontos importantes.
De acordo com o especialista da MoneyFit, André Massaro, o funcionário deve tratar as ações da empresa que ele trabalha como qualquer outra, mantendo a sua estratégia de investimento e diversificação. “Ele não pode enxergar as ações da empresa de maneira diferente do restante, com sentimento”, afirma.
Mauro Calil tem opinião parecida. Segundo ele, o funcionário precisa analisar as perspectivas de crescimento da empresa sob a ótica de um investidor. “Quais são as perspectivas de crescimento da empresa e de valorização das ações? No curto prazo, as ações podem cair, mas a empresa deve ter bom desempenho no longo prazo? Tudo isso precisa ser analisado”, afirma.
Ele lembra que a empresa pode ter uma boa administração e boas perspectivas e mesmo assim, os papéis estarem sendo penalizados pelo mercado, por conta de algum evento pontual. Neste caso, a estratégia de manter pensando no longo prazo é válida.
Massaro cita ainda outro ponto importante e que precisa ser levado em consideração: o fato de o investidor trabalhar na empresa faz com que ele tenha grandes problemas em caso extremo de quebra da companhia, por exemplo.
“Se a empresa tem um grave problema e chegar a quebrar, você corre o risco de ficar sem o emprego e sem os seus investimentos atrelados àquela companhia”, alerta.
Estímulo aos funcionários
De acordo com os especialistas, o pagamento da bonificação em ações da companhia é uma estratégia para motivar ainda mais o funcionário a cumprir as metas e ajudar no crescimento da empresa.
“Quando o funcionário possui ações da empresa, ele costuma ser mais dedicado, por um motivo muito simples: ele se beneficia, como acionista, do crescimento da companhia. Então o desempenho dele pode ser maior e ele vai pensar duas vezes antes de desperdiçar material, por exemplo”, afirma Calil.
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