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Seguro de vida: será que é realmente necessário ou é só mais uma despesa?

22/02/2012 08h32

SÃO PAULO - Você precisa pagar diversas contas no final do mês, entre elas a escola dos filhos, as despesas com água, luz, telefone, o aluguel da casa, o seguro do carro, a TV por assinatura e tantas outras. Talvez, por isso, você considere adicionar um seguro de vida nas despesas algo desnecessário e que só iria comprometer ainda mais sua renda. Mas, você já parou para pensar o quão bagunçada ficará a vida dos seus dependentes se você vier a faltar?

Pensar em contratar um seguro de vida ainda não faz parte das prioridades da maioria dos brasileiros, de acordo com o presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo), Mário Santos.

Para ele, o seguro será importante, sobretudo, para quem tem dependentes e dívidas de longo prazo, como um financiamento de imóvel, por exemplo.

As dívidas

O educador financeiro Mauro Calil concorda com a avaliação, “esse seguro deve ser contratado pensando naquilo que não será facilmente reposto no caso da sua ausência”, diz. Na prática, se você tem um financiamento de 15 anos, por exemplo, e seu cônjuge não tem renda, ou seja, não poderá pagar as parcelas, um seguro de vida é altamente recomendável.

Lembre-se que em 15 anos muita coisa pode acontecer, e tudo aquilo que foi financiado continuará sendo cobrado independente de qualquer coisa.

Além disso, o seguro de vida pode ser ajustado anualmente, assim, conforme você for modificando seu orçamento, você pode alterar, também, seu plano.

O valor

Para definir qual o valor do seguro mais indicado para contratar é preciso considerar diversos elementos, olhando, sobretudo, para o longo prazo.

A educação dos filhos, por exemplo, deve fazer parte do cálculo, assim como todas as dívidas que você terá nos próximos anos, explica Calil.

Assim, se você tem filhos pequenos, veja quanto vai custar a educação deles até se formarem. Some a isso tudo o que você deve em financiamentos e as demais dívidas que possui para os anos seguintes.

De acordo com Calil, cada caso é um caso e é muito importante sentar e entender qual a sua situação, sempre levando em consideração o que sua família não conseguirá pagar na sua ausência.

Também é importante considerar a sua renda atual. Às vezes você pode fazer todo o cálculo e descobrir que o seguro vai comprometer muito da sua renda mensal.

De acordo com o especialista, não é aconselhável que o seguro comprometa mais de 3% do seu orçamento, então a dica é ajustar suas dívidas futuras, para que elas, ao serem somadas, permitam que você faça um seguro que não comprometa mais de 3% da suas renda.

Para quem o seguro de vida é mais indicado?

De acordo com Calil, muitas pessoas fazem uma avaliação errada do seguro de vida, considerando ele como uma herança.

No entanto, ele é, na realidade, uma garantia de que todos seus compromissos financeiros serão quitados em caso de falecimento, garantindo a segurança da sua família.

O seguro de vida é indicado, principalmente, para aquelas pessoas que acabaram de constituir família, que ainda não tem nenhum patrimônio, pensando principalmente no fato de que seus filhos não serão capazes de pagar pela educação e pelas dívidas que você contratou.

Quando o patrimônio da família for capaz de gerar renda suficiente para sustentar todos os membros dela, ai o seguro já não é estritamente necessário.

Calil ainda explica que, antes de contratar um seguro de vida, é interessante pensar no seguro de responsabilidade civil e os que cobrem casos de invalidez. Esses seguros garantem justamente a renda do trabalhador, em casos em que ele não será mais capaz de exercer sua profissão.