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Fundo permite investir no cinema e ainda pagar menos IR; conheça

06/09/2012 11h48

SÃO PAULO - Já pensou em colocar seu dinheiro em uma aplicação diferente, que em vez de comprar ativos de renda fixa ou variável invista em filmes, por exemplo? Muitos investidores desconhecem, mas é possível investir em fundos do cinema nacional por meio dos Funcines (Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional).

O objetivo dos fundos é muito simples: investir na indústria cinematográfica e audiovisual do país. Para o investidor, uma das grandes vantagens é a possibilidade do investidor alocar até 6% do imposto de renda devido à Receita Federal como investimento.

Se você tiver que pagar R$ 20 mil de imposto, por exemplo, pode investir R$ 1.200 nos funcines e pagar os R$ 18.800 restantes ao governo. Para as empresas, a alocação permitida de parte do IR é um pouco menor: 3%.

Esses fundos têm como objetivo desenvolver e promover a indústria cinematográfica brasileira, financiando obras do cinema nacional. 

Exemplos de fundos 

O Funcine Lacan Downtown Filmes, da gestora Lacan, é um exemplo. Filmes como a comédia “Divã” e os dramas “Tempos de Paz”, "Salve Geral" e "Corações Sujos" (foto) foram financiados por ele. De acordo com dados da gestora, o fundo já captou aproximadamente R$ 15 milhões.

Nesse caso, o investimento inicial mínimo é de R$ 50 mil. Sua taxa de administração é de 2% ao ano e a de performance é de 15% excedente ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mais 4% ao ano.

O Funcine Anima SP, também gerido pela Lacan,  é uma alternativa para quem possui menos recursos. Com aporte inicial de R$ 5 mil, o fundo é destinado a animações de curta, média e longa duração com temática infanto-juvenil, selecionados pela Fundação Padre Anchieta – TV Cultura. Já suas taxas são iguais ao Downtown filmes, 2% de taxa de administração e 15% de performance que exceder o IPCA mais 4% ao ano.

Conhecer e acreditar no projeto 

Antes de investir em um fundo como este, no entanto, é importante buscar informações sobre as produções, aconselha o professor do Ibmec, Luiz Filipe Rossi.

“Para aplicar em um fundo desse tipo, tem que conhecer o projeto e acreditar nele. O investidor aplica se acha que vai ser um sucesso de bilheteria. Assim como acontece em outros fundos é preciso conhecer o projeto, estudá-lo para depois apostar”, diz.

Para a sócia e diretora jurídica do Grupo Lacan, Daniela Romero, o fato de a indústria cinematográfica nacional estar crescendo é um atrativo para quem quer investir na área.

 “Entendemos que o aumento da bilheteria nacional já demonstra o resultado de maiores investimentos alocados no setor audiovisual. Estes investimentos possibilitam a produção de catálogos nacionais de maior qualidade, assim como a construção de salas de cinema e melhoras na infraestrutura”, afirma.

“Além disso, a bilheteria é a maior fonte de receitas de um longa-metragem, por exemplo, que se traduz em rentabilidade direta aos fundos que investem em distribuição, produção ou exibição”, finaliza.

Modalidades

Existem duas modalidades dentro dos Funcines, o Dedicado e o Diversificado.

O primeiro é destinado a apoiar empresas ou projetos pré-identificados da cadeia produtiva do audiovisual.

Já o segundo, é destinado a um portfólio de diversos investimentos, o que diminui o risco de perdas.