Tesouro Direto: saiba se decisão de investimento muda com o corte da nota do Brasil
SÃO PAULO – O corte da nota da dívida do Brasil pela agência Standart & Poor's, anunciado na noite da última segunda-feira (24), não chegou a surpreender o mercado financeiro.
Segundo especialistas em renda fixa, o corte já estava precificado na curva de juros futuros, por isso não houve grandes mudanças no mercado de renda fixa nesta terça-feira. "Todos já esperavam”, afirma o gestor da Lecca Investimentos, Carlos Haber.
Para ele, o fato de a S&P ter colocado a nota em “perspectiva estável” garante até alguma tranquilidade ao país. “É a garantia de que o Brasil tem pelo menos um ano para ‘fazer a lição de casa’ e tentar ajustar sua política fiscal”, afirmou.
O sócio e responsável pela área de renda fixa da Queluz Asset, Luiz Augusto Monteiro, tem a mesma opinião. “O risco de rebaixamento era grande e já estava precificado. Na prática, não há grandes mudanças para o investidor”, diz ele.
Na opinião de Haber, o rebaixamento não deve ter impacto significativo na entrada de investimento estrangeiro no Brasil. “Ainda temos o grau de investimento (categoria que coloca o país como destino seguro para receber investimentos, caracterizado pela nota BBB”, lembra o gestor.
O que muda para o pequeno investidor?
Em relação à escolha dos ativos de renda fixa pelo pequeno investidor, os dois especialistas alertam que a tendência é que a taxa de juro no Brasil continue subindo, por conta das pressões inflacionárias. Com isso, o sócio da Queluz diz que apostar em títulos prefixados muito longos não é o ideal neste momento.
“O risco de alta da inflação ainda é muito alto, e o Banco Central deve ter que subir a Selic no futuro”, acredita Monteiro.
A relação de preço dos títulos prefixados com a alta do juro é inversa --quando o juro sobe, a tendência é que os títulos prefixados percam valor de face, já que foram comprados com uma taxa mais baixa. E, quanto mais longo o título, maior o impacto do aumento da Selic no preço desses títulos.
Consultor sugere aplicar em títulos pós-fixados atrelados à Selic
A equipe da Lecca também acredita que a taxa de juro deve continuar subindo. Por isso, o gestor aponta que aplicar em títulos pós-fixados atrelados à Selic (LFT) é a melhor opção neste momento.
“Achamos que a Selic deve subir 0,25% na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Depois, o BC deve manter a taxa estável alguns meses, até as eleições, e voltar a subir 0,25% em outubro ou novembro”, prevê.
Para ele, a taxa deve terminar o ano acima de 11% ao ano e, em 2015, existe a possibilidade de juro na casa dos 12% ao ano. “A inflação está alta e pode chegar perto do teto da meta. A tendência é que o BC use a Selic para tentar controlar”, conclui Haber.
Veja abaixo o preço e taxas dos títulos:
Título | Vencimento | Taxa(a.a.) | Preço Unitário Dia | |||
---|---|---|---|---|---|---|
Compra | Venda | Compra | Venda | |||
Indexados ao IPCA | ||||||
NTNB Principal 150519 | 15/05/2019 | 6,41% | - | R$ 1.747,11 | - | |
NTNB 150820 | 15/08/2020 | 6,41% | - | R$ 2.367,84 | - | |
NTNB Principal 150824 | 15/08/2024 | 6,71% | - | R$ 1.225,24 | - | |
NTNB 150535 | 15/05/2035 | 6,83% | - | R$ 2.240,54 | - | |
NTNB Principal 150535 | 15/05/2035 | 6,96% | - | R$ 581,74 | - | |
NTNB 150850 | 15/08/2050 | 6,90% | - | R$ 2.140,25 | - | |
Prefixados | ||||||
LTN 010117 | 01/01/2017 | 12,68% | - | R$ 718,78 | - | |
LTN 010118 | 01/01/2018 | 12,90% | - | R$ 634,14 | - | |
NTNF 010125 | 01/01/2025 | 13,16% | - | R$ 851,94 | - | |
Indexados à Taxa Selic | ||||||
LFT 070317 | 07/03/2017 | -0,02% | - | R$ 6.033,97 | - | |
Atualizado em: 25-03-2014 9:04:11 |
Fonte: Tesouro Direto
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