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Tesouro Direto: saiba se decisão de investimento muda com o corte da nota do Brasil

25/03/2014 13h16

SÃO PAULO – O corte da nota da dívida do Brasil pela agência Standart & Poor's, anunciado na noite da última segunda-feira (24), não chegou a surpreender o mercado financeiro.

Segundo especialistas em renda fixa, o corte já estava precificado na curva de juros futuros, por isso não houve grandes mudanças no mercado de renda fixa nesta terça-feira. "Todos já esperavam”, afirma o gestor da Lecca Investimentos, Carlos Haber.

Para ele, o fato de a S&P ter colocado a nota em “perspectiva estável” garante até alguma tranquilidade ao país. “É a garantia de que o Brasil tem pelo menos um ano para ‘fazer a lição de casa’ e tentar ajustar sua política fiscal”, afirmou.

O sócio e responsável pela área de renda fixa da Queluz Asset, Luiz Augusto Monteiro, tem a mesma opinião. “O risco de rebaixamento era grande e já estava precificado. Na prática, não há grandes mudanças para o investidor”, diz ele.

Na opinião de Haber, o rebaixamento não deve ter impacto significativo na entrada de investimento estrangeiro no Brasil. “Ainda temos o grau de investimento (categoria que coloca o país como destino seguro para receber investimentos, caracterizado pela nota BBB”, lembra o gestor.

O que muda para o pequeno investidor?

Em relação à escolha dos ativos de renda fixa pelo pequeno investidor, os dois especialistas alertam que a tendência é que a taxa de juro no Brasil continue subindo, por conta das pressões inflacionárias. Com isso, o sócio da Queluz diz que apostar em títulos prefixados muito longos não é o ideal neste momento.

“O risco de alta da inflação ainda é muito alto, e o Banco Central deve ter que subir a Selic no futuro”, acredita Monteiro.

A relação de preço dos títulos prefixados com a alta do juro é inversa --quando o juro sobe, a tendência é que os títulos prefixados percam valor de face, já que foram comprados com uma taxa mais baixa. E, quanto mais longo o título, maior o impacto do aumento da Selic no preço desses títulos.

Consultor sugere aplicar em títulos pós-fixados atrelados à Selic

A equipe da Lecca também acredita que a taxa de juro deve continuar subindo. Por isso, o gestor aponta que aplicar em títulos pós-fixados atrelados à Selic (LFT) é a melhor opção neste momento.

“Achamos que a Selic deve subir 0,25% na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Depois, o BC deve manter a taxa estável alguns meses, até as eleições, e voltar a subir 0,25% em outubro ou novembro”, prevê.  

Para ele, a taxa deve terminar o ano acima de 11% ao ano e, em 2015, existe a possibilidade de juro na casa dos 12% ao ano. “A inflação está alta e pode chegar perto do teto da meta. A tendência é que o BC use a Selic para tentar controlar”, conclui Haber.

Veja abaixo o preço e taxas dos títulos:

Título                Vencimento

   Taxa(a.a.)

Preço Unitário Dia

            Compra

    Venda

Compra

Venda

Indexados ao IPCA
NTNB Principal 15051915/05/20196,41% -               R$ 1.747,11     -
NTNB 15082015/08/20206,41%-R$ 2.367,84     -
NTNB Principal 15082415/08/20246,71%-R$ 1.225,24     -
NTNB 15053515/05/20356,83%-R$ 2.240,54     -
NTNB Principal 15053515/05/20356,96%-R$ 581,74     -
NTNB 15085015/08/20506,90%-R$ 2.140,25      -
Prefixados
LTN 01011701/01/201712,68%-R$ 718,78-
LTN 01011801/01/201812,90%-R$ 634,14-
NTNF 01012501/01/202513,16%-R$ 851,94-
Indexados à Taxa Selic
LFT 07031707/03/2017-0,02%-R$ 6.033,97-
Atualizado em: 25-03-2014 9:04:11

 Fonte: Tesouro Direto