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Mercado vê continuidade em equipe econômica de Dilma

Da Redação, em São Paulo<br>Da Reuters*

24/11/2010 17h49

A escolha da nova equipe econômica feita pela presidente eleita Dilma Rousseff foi vista pelo mercado como demonstração de continuidade do que vem sendo feito pelo atual governo.

Nesta quarta-feira (24), foram confirmados os nomes dos três primeiros ministros do governo de Dilma: Guido Mantega (que permanece na Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central).

DILMA GARANTIU AUTONOMIA TOTAL, DIZ FUTURO PRESIDENTE DO BC

Alan Marques/Folhapress - 24.mai.2005
Em sua primeira entrevista como indicado à presidência do Banco Central, o economista Alexandre Tombini disse nesta quarta-feira (24) que o órgão terá "automomia operacional total", concedida pela presidente eleita Dilma Rousseff. Ele afirmou também que "as regras do jogo já estão postas" e que sua indicação mostra valorização dos funcionários de carreira pública.

Para o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos, os nomes não trazem muita surpresa.

“Não tem muita reação nos mercados porque nesses últimos dias já era bem claro quem seriam. Agora, mais que os nomes, se aguardam as diretrizes macroeconômicas, se vai ter a continuidade das diretrizes anteriores, de meta de inflação e, do ponto de vista fiscal, se vai ter controle de gastos", disse Campos à agência de notícias Reuters.

Para Marcelo Giufrida, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a política econômica vista no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser mantida com Dilma.

"A questão mais marcante é a continuidade... São pessoas que já estão fazendo funções no atual governo. Portanto, acho que são bem-vindas porque temos de fato um bom resultado na área econômica nos últimos anos", afirma

A indicação de Miriam Belchior, para a pasta do Planejamento, é vista como desenvolvimentista pelo economista da corretora Gradual, André Perfeito.

"Ela terá uma política de queda de juros", afirma.

Autonomia do BC

Em relação ao futuro presidente do BC, Alexandre Tombini, a economista-chefe da corretora Icap Brasil, Inês Filipa, destaca que, apesar de boa aceitação do indicado, será importante analisar a independência que terá no cargo.

"A princípio não há críticas a se fazer e devemos esperar que, como profundo conhecedor do compromisso do BC com o regime de metas de inflação, que mantenha a postura de ajustar a política monetária nos casos de risco de alta dos preços. Mantenho a confiança e a credibilidade do BC neste momento de incerteza política e econômica, mas elevo minha cautela", disse à Reuters.

Para Perfeito, da Gradula, Tombini deve seguir a linha de Meirelles, que é monetarista."A principal questão é: será que ele [Tombini] vai ter tanta autonomia para comandar o BC?".

Apesar da dúvida, Perfeito aprova a escolha. "Me parece um caminho na direção correta mesmo, ao colocar (no BC) alguém que, além de funcionário de carreira, é um acadêmico também. Ele pode construir uma política de metas de inflação mais condizente com o que o mercado está habituado”, afirma.

*(Colaborou Anne Dias)