Governo vai diminuir gastos por preocupação com o câmbio, diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (4) que o governo está preocupado com a situação do câmbio e que serão tomadas medidas para diminuir os gastos públicos em todos os ministérios.
O ministro, porém, não anunciou nenhuma medida direta para conter a valorização da moeda brasileira. "Não vou anunciar nenhuma medida cambial hoje. Mas estamos preparados para adotar medidas adicionais se necessário", afirmou.
Na segunda-feira (3), a cotação do dólar comercial fechou no menor menor valor desde 1º de setembro de 2008. Hoje a moeda registrou alta de 0,79%, cotada a R$ 1,664. A moeda norte-americana acumulou perda de 4,42% em 2010.
Em entrevista, Mantega disse que o governo está estudando cortes nos gastos orçamentários.
"Será feita uma redução quantitativa [dos gastos públicos], mas ainda não temos uma definição. Essa ação vai ajudar a política inflacionária do Banco Central, para que possa vir a reduzir os juros no país, de forma que diminua a entrada de capital especulativo", disse.
"O assunto merece toda a nossa atenção porque prejudica as exportações do país", disse.
Por possuir a taxa real de juros (descontada a inflação) mais alta do mundo, o Brasil se torna atrativo para que investidores estrangeiros tragam seus recursos para o país.
A entrada dessa moeda (normalmente o dólar) faz com que aumente sua oferta no mercado interno e, consequentemente, provoca um fortalecimento do real.
Mantega afirmou que será feito um forte ajuste fiscal neste início de ano, e que todos os ministérios terão um corte nos recursos.
"A redução dos gastos vai se estender a todos os itens de cada ministério, porém os projetos prioritários continuam", afirmou.
Segundo o ministro, "haverá uma posição forte do governo na redução de gastos, o que terá efeito no médio prazo no câmbio".
"O governo está atento à questão do câmbio. Não permitiremos que o dólar derreta", ressaltou.
Aumento do IOF
Em 2010, o governo atuou duas vezes para conter a valorização do real frente ao dólar. Em outubro, foi anunciado o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investidores estrangeiros que aplicam em renda fixa. A taxa passou de 2% para 4%. Duas semanas depois, a alíquota passou para 6%.
O governo também anunciou o aumento de IOF no recolhimento de margem em derivativos. A taxa, que era de 0,38%, passou para 6%.
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