Construção vive "apagão de mão de obra" por despreparo, diz sindicato
A falta de qualidade da mão de obra dos trabalhadores da construção civil é a grande dificuldade que o setor enfrenta atualmente para crescer ainda mais.
Esta é a opinião do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon), Antonio de Souza Ramalho, que participou de um debate no UOL sobre a taxa de desemprego, divulgada nesta quinta-feira (24) pelo IBGE.
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"Estamos vivendo um apagão da mão de obra da construção civil. Nós somos mais cobrados pelas empresas por qualificação", afirma Ramalho.
Para o assessor especial da Fiesp, André Rebelo, no setor da construção civil fica mais fácil identificar os efeitos da falta de qualificação profissional.
"Na construção civil isso é mais claro porque ficamos 30 anos sem crédito no país. Nos últimos dois ou três anos, com o restabelecimento do crédito, está havendo um boom. E as empresas estão correndo atrás para a formação de trabalhadores", disse.
ESTÁ MAIS FÁCIL ARRUMAR EMPREGO? VEJA A OPINIÃO DAS PESSOAS NAS RUAS
De acordo com Ramalho, trabalhadores estão precisando dobrar a carga horária para conseguir dar conta da demanda. "Temos observado pessoas trabalhando de 15 a 16 horas por dia. Como as entregas já estão atrasadas até seis meses, as empresas estão dobrando a carga horária dos trabalhadores".
Onde há vagas
O investimento em formação de mão-de-obra qualificada para a indústria é um dos objetivos da indústria.
"Neste ano, vamos treinar 1,5 milhão de trabalhadores em todas as áreas. Mecânica, metalurgia e o setor de alimentos são os que oferecem mais oportunidades no momento", declarou Rebelo.
Desemprego menor
O desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu para 6,4% em fevereiro, segundo dados divulgados pelo IBGE.
A taxa, porém, é a menor para o mês, desde o início da série histórica, em fevereiro de 2003. Desde 2005, as taxas de fevereiro vêm diminuindo no país.
No mesmo mês de 2010, o desemprego era de 7,4%. Em janeiro deste ano, o índice subiu pela primeira vez em oito meses e ficou em 6,1%.
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