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Construção vive "apagão de mão de obra" por despreparo, diz sindicato

Da Redação, em São Paulo

24/03/2011 13h16

A falta de qualidade da mão de obra dos trabalhadores da construção civil é a grande dificuldade que o setor enfrenta atualmente para crescer ainda mais.

Esta é a opinião do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon), Antonio de Souza Ramalho, que participou de um debate no UOL sobre a taxa de desemprego, divulgada nesta quinta-feira (24) pelo IBGE.

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"Estamos vivendo um apagão da mão de obra da construção civil. Nós somos mais cobrados pelas empresas por qualificação", afirma Ramalho.

Para o assessor especial da Fiesp, André Rebelo, no setor da construção civil fica mais fácil identificar os efeitos da falta de qualificação profissional.

"Na construção civil isso é mais claro porque ficamos 30 anos sem crédito no país. Nos últimos dois ou três anos, com o restabelecimento do crédito, está havendo um boom. E as empresas estão correndo atrás para a formação de trabalhadores", disse.

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De acordo com Ramalho, trabalhadores estão precisando dobrar a carga horária para conseguir dar conta da demanda. "Temos observado pessoas trabalhando de 15 a 16 horas por dia. Como as entregas já estão atrasadas até seis meses, as empresas estão dobrando a carga horária dos trabalhadores".

Onde há vagas

O investimento em formação de mão-de-obra qualificada para a indústria é um dos objetivos da indústria.

"Neste ano,  vamos treinar 1,5 milhão de trabalhadores em todas as áreas. Mecânica, metalurgia e o setor de alimentos são os que oferecem mais oportunidades no momento", declarou Rebelo.

Desemprego menor

O desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu para 6,4% em fevereiro, segundo dados divulgados pelo IBGE.

A taxa, porém, é a menor para o mês, desde o início da série histórica, em fevereiro de 2003. Desde 2005, as taxas de fevereiro vêm diminuindo no país.

No mesmo mês de 2010, o desemprego era de 7,4%. Em janeiro deste ano, o índice subiu pela primeira vez em oito meses e ficou em 6,1%.