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Francês diz que Pão de Açúcar era "medíocre" quando se tornou sócio dele

Do UOL Economia, em São Paulo

06/07/2011 12h20

No Brasil para discutir a polêmica fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour, o presidente do grupo francês Casino, Jean-Charles Naouri, afirmou que, em 1999, quando entrou como sócio da empresa, o grupo brasileiro era um "negócio medíocre".

O Casino, sócio do Pão de Açúcar no Brasil e rival do Carrefour na França, é contra a fusão pois, com ela, perderia o direito de assumir o controle do grupo brasileiro no ano que vem, o que está previsto em contrato.

“Considero que fiz muito bem em investir em 1999, quando o Brasil ainda não era o que é hoje em dia e o Grupo Pão de Açúcar era um negócio medíocre, que saía de uma quase falência”, disse Naouri em entrevista publicada quarta-feira (6) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, Naouri afirmou que o presidente do conselho do Pão de Açúcar, Abilio Diniz, pressiona há dois anos o Casino para revisar os termos do acordo.

Ainda de acordo com o jornal, Diniz nega que tenha procurado Naouri para se manter no controle do Pão de Açúcar.

ENTENDA O CASO

Sócio do Grupo Pão de Açúcar desde 1999, o francês Casino deveria assumir o controle da empresa brasileira no ano que vem.

Em 28 de junho, porém, a rede varejista francesa Carrefour, rival do Casino na França, comunicou ter recebido uma proposta de fusão de suas operações no Brasil com o Pão de Açúcar.

Se isso vier a acontecer, o Casino perderia o direito de assumir o controle do Pão de Açúcar, por isso, diz estar se posicionando contra a possível fusão.

Diniz diz que pode convencer Casino

Diniz defendeu o movimento para unir as operações do Pão de Açúcar às do  Carrefour no Brasil e disse que buscará convencer o grupo francês Casino a apoiar o negócio.

O empresário brasileiro afirmou ao jornal francês Le Figaro em entrevista publicada quarta-feira que não violou o acordo de acionistas que possui com o Casino e que tem o direito de manter negociações com quem ele quiser.

"É um projeto em que todos saem ganhando, os acionistas brasileiros do Pão de Açúcar, os dos Carrefour e os do Casino", disse Diniz.

"O potencial de crescimento do Casino na França é limitado, enquanto o Brasil é muito significativo. Tenho muita admiração pelo Carrefour, o que me motivou para o Pão de Açúcar".

(Com informações da Reuters)