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Intenção de compra do consumidor em São Paulo é a menor em três anos

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Imagem: Thinkstock

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

17/01/2012 13h35

A intenção de compra dos consumidores paulistanos no primeiro trimestre de 2012 é a menor dos últimos três anos. A conclusão é de um levantamento feito pelo Provar (Programa de Administração do Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Segundo a pesquisa, feita em parceria com a consultoria Felisoni Consultores Associados, 60,6% dos consumidores pretendem comprar bens duráveis (como material de construção, eletroeletrônicos e móveis, por exemplo) entre janeiro e março deste ano.

Este é o menor índice registrado no período desde 2009, o ano seguinte ao início da crise econômica mundial, quando 66,6% dos entrevistados manifestaram a intenção de fazer compras.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, a desaceleração também é expressiva: naquele período, 71,8% dos consumidores tinham intenção de comprar bens duráveis.

'Brasil não está separado do mundo', diz especialista

Para o presidente do conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo, o resultado mostra que a crise recente nos países da Europa também está tendo impacto no Brasil.

"O Brasil não está separado do mundo", diz. "O resultado da pesquisa tem até um viés otimista, porque as entrevistas foram feitas em dezembro, pouco antes do Natal."

Felisoni diz que a alta da inflação teve impacto na intenção de compra dos consumidores. "As compras são condicionadas à renda real do trabalhador, que foi impactada pela inflação mais alta. O consumidor está com o orçamento mais comprometido, como mostra o aumento da inadimplência", diz.

A previsão do Provar e da Felisoni Consultores Associados é de que o índice de inadimplência chegue a 7,89% em março deste ano. Em março de 2011, o índice era de 6%.

Redução foi registrada em sete categorias de produtos

A pesquisa do Provar também analisou a intenção de compra de acordo com algumas categorias.

As categorias com maior intenção de compra, segundo a pesquisa, são material de construção (9,8%), produtos da chamada linha branca (geladeiras e fogões, por exemplo, com 9,6%) e automóveis e motos (9,4%).

Essas também foram as únicas categorias que tiveram alta na comparação com o primeiro trimestre de 2011.

Entre o primeiro trimestre de 2011 e agora, houve redução na intenção de compra de imóveis, eletroportáteis, telefonia e celulares, produtos de cine e foto, informática, material de construção e móveis.

As categorias viagens e turismo e vestuário e calçados foram incluídas pela primeira vez no levantamento e não foram, portanto, comparadas.

A pesquisa foi feita com 500 consumidores na cidade de São Paulo entre os dias 19 e 30 de dezembro de 2011.