Vai viajar para fora? Veja como limitar o impacto do dólar nas suas contas

O recente salto do dólar ante o real coloca em alerta os brasileiros que planejam viajar para o exterior. No acumulado do ano, o câmbio destinado para turistas disparou quase 17%, de R$ 5,05 para R$ 5,89. Para reduzir o efeito da valorização e manter a programação das férias, especialistas recomendam a compra gradual dos dólares e a diversificação entre as modalidades disponíveis no mercado.

O que aconteceu

Moeda norte-americana opera no maior em dois anos e meio. O dólar comercial alcançou R$ 5,70 no pregão desta terça-feira (2), maior cotação desde janeiro de 2022. A variação é acompanhada pelo preço da moeda destinada aos turistas, vendida por R$ 5,89 aos viajantes. Tal valor ainda não considera taxas adicionais, como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Cotação do dólar para turistas é maior do que o valor comercial da moeda. A diferença na casa dos R$ 0,20 é justificada pela cobrança de taxas adicionais nas modalidades destinadas aos viajantes, incluindo o custo da logística de trazer o dinheiro para o Brasil e os riscos cambiais, além da margem de lucro das corretoras de câmbio.

Compre aos poucos

A orientação inicial para quem tem viagem marcada é comprar dólares gradualmente. A estratégia permite que o turista desvie das oscilações da moeda, evitando os maiores preços. "Comprando aos poucos, é possível aproveitar eventuais quedas temporárias na cotação e reduzir o impacto de uma alta repentina", explica Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.

Compras programadas também são alternativa para garantir menor preço. Para aqueles que não têm a necessidade imediata de aquisição do dólar, o modelo permite a compra da moeda internacional no intervalo de preço que o viajante está disposto a pagar. "Alguém que vai viajar em julho e já vem comprando moeda desde janeiro se protegeu contra a forte volatilidade", diz Ricardo Amaral, presidente da Western Union no Brasil.

Diversifique os meios de pagamentos que serão utilizados durante a viagem. Outra dica importante é não manter todos os recursos em uma única opção - e levar tanto dinheiro físico quanto um cartão. Assim, o turista evita problemas com a possibilidade de determinado lugar não aceitar uma certa forma de pagamento. "Boa parte dos comércios e meios de transportes utiliza atualmente apenas o método de aproximação", afirma Cíntia Senna, educadora financeira da DSOP.

Uma abordagem equilibrada pode ser levar uma parte em papel-moeda para despesas como táxi e alimentação, e outra parte em um cartão pré-pago, diversificando assim os meios de pagamento, além de garantir segurança e flexibilidade.
Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence

Dinheiro ou cartão?

As variações de preços também consideram o tipo de compra realizada pelo turista. No caso do dinheiro em espécie, o preço atual nas corretoras figura na casa dos R$ 5,93. Já para recargas no cartão pré-pago, a cotação salta a R$ 6,18, mostram as cotações do sistema MelhorCâmbio. Os valores já consideram a adição do IOF.

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A escolha por um cartão internacional não pode ser descartada. Depois de abrir uma cota bancária no exterior, você pode converter a moeda pelo valor comercial mais uma taxa. Senna avalia que o modelo minimiza o efeito da variação cambial com a utilização do cartão global. "Funciona como um cartão pré-pago. A partir do momento da transferência para minha conta em outra moeda, já fecho a operação instantaneamente", destaca ela.

O cartão global é uma ótima opção para o momento. Mais do que o benefício de evitar impostos de transações internacionais, ele facilita muito o trâmite de pagar ou fazer transferências de dinheiro para compras no destino.
Luiz Moura, cofundador da agência de viagens VOLL

Na prática, a diferença entre as opções disponíveis no mercado chega a 5%. Para a aquisição de US$ 1.000, por exemplo, o custo final na conta internacional será de R$ 5.857, valor já com a adição de 1,1% do IOF e o spread bancário de 1,9%. No dinheiro em espécie, a taxa final pelo mesmo montante é de R$ 5.930. Já no cartão pré-pago, o total alcança R$ 6.180.

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