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Com fim de sacolinhas, venda de saco de lixo sobe 30%, diz fabricante

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

11/05/2012 06h00

As vendas de sacos de lixo de plástico subiram até 30% em São Paulo depois do fim da distribuição de sacolinhas descartáveis nos supermercados. O número é da fabricante Embalixo.

Esse aumento foi registrado em comparação com janeiro deste ano, quando começaram as restrições. Naquele momento, a distribuição gratuita havia sido eliminada, mas houve polêmica, e os supermercados suspenderam a medida. Depois, ficou acertado que o fim das sacolinhas começaria a valer mesmo em abril.

Como as pessoas utilizavam as sacolas descartáveis para jogar fora lixo doméstico, seria provável haver um aumento na venda de sacos de lixo. Mas, de três empresas ouvidas pela reportagem, só uma disse ter registrado um aumento -a Embalixo.

Os supermercados de São Paulo pararam de distribuir as sacolas em 4 de abril. Para carregar as compras, o consumidor precisa levar uma sacola retornável de casa ou comprar uma no caixa. A única opção gratuita oferecida agora aos consumidores são as caixas de papelão.

Para os consumidores que tinham o hábito de usar as sacolinhas no lixo da pia e do banheiro, a opção tem sido comprar sacos destinados exclusivamente a essa finalidade. As vendas de sacos de lixo subiram até 30% em São Paulo desde janeiro, segundo Rafael Costa, diretor comercial da Embalixo.

O maior aumento, segundo ele, tem sido registrado na procura por sacos sustentáveis, feitos à base de cana-de-açúcar. "Esse tipo de produto já vinha sendo mais procurado antes do fim das sacolinhas, por causa da maior conscientização do consumidor", afirma.

Indústria investe em sacolas retornáveis

O fim das sacolinhas em São Paulo também tem feito com que empresas que se dedicavam à fabricação desses produtos ampliassem seu portfólio. Desde o fim de 2011, a Extrusa-Pack passou a fabricar sacolas retornáveis, feitas de polietileno.

"Como muitos supermercados não estão mais comprando sacolas plásticas, a procura por esse tipo de produto [retornáveis] tem aumentado bastante", diz a gerente comercial da empresa, Gisele Barbin. A empresa também fabrica sacolas biodegradáveis.

O diretor de marketing da Fort Lar, Marcelo Barbosa dos Santos, diz que a empresa também incluiu em seu portfólio nos últimos meses sacolas retornáveis.

90% dos supermercados baniram sacolas em SP

Segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), 90% dos supermercadistas paulistas deixaram de distribuir ou vender sacolinhas descartáveis desde o começo de abril.

Além de São Paulo, as sacolas já deixaram de ser distribuídas em outros Estados. Há um ano, uma lei municipal colocou fim às sacolinhas, por exemplo, em Belo Horizonte (MG). Segundo a Amis (Associação Mineira de Supermercados), no período, aproximadamente 160 milhões de sacolinhas deixaram de ser distribuídas.

No Espírito Santo, desde janeiro deste ano, os supermercados também não entregam mais sacolas gratuitamente. Lá, os consumidores precisam pagar pela sacolinha. A iniciativa é da Acaps (Associação Capixaba de Supermercados) e da Aces (Associação Comunitária do Espírito Santo).