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Setor de petróleo do país investirá US$ 45 bilhões em 2012

Do UOL, em São Paulo

13/08/2012 12h10Atualizada em 13/08/2012 13h53

A presidente da Petrobras (PETR4), Maria das Graças Foster, disse nesta segunda-feira (13) que o setor de petróleo e gás do Brasil investirá US$ 45 bilhões neste ano. A declaração foi feita em evento na sede da estatal, no Rio de Janeiro (RJ).

A Petrobras responderá pela maior parte do investimento do setor. Pelo seu Plano de Negócios aprovado em meados do ano, a Petrobras previu investir US$ 236,5 bilhões entre 2012 e 2016, uma média de US$ 47,3 bilhões por ano. Com isso, a estatal aumentou em 5,25% os investimentos em relação ao plano anterior (2011 a 2015), de US$ 224,7 bilhões. 

Também foi anunciado um programa para estimular o desenvolvimento de conteúdo local pela cadeia de petróleo e gás. Até 2016, R$ 3 bilhões devem ser destinados a pesquisa, engenharia, desenvolvimento tecnológico e produção. O programa chamado de Inova Petro concilia linhas de crédito e subvenção econômica.

Quantidade de etanol na gasolina pode subir

Haverá oferta de etanol no mercado brasileiro em 2013 para que o Brasil aumente a mistura na gasolina. Segundo o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, o governo deveria definir já o novo percentual para produtores se preparem para a mudança.

Na semana passada, o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Allan Kardec também havia afirmado que o aumento da mistura pode ser possível no ano que vem, mas o assunto ainda está sendo estudado e não há definição, segundo ele.

Desde outubro do ano passado, o Brasil mistura 20% de etanol na gasolina. Antes disso, o percentual era de 25%. A mistura foi decidida em 2011 devido à quebra da safra de cana-de-açúcar por problemas climáticos no centro-sul e por conta de investimentos insuficientes nos canaviais.

No entanto, o cenário para o próximo ano indica agora uma oferta mais folgada no Brasil, segundo o presidente da subsidiária de biocombustíveis da Petrobras.

"Eu defendo isso (o aumento no percentual). Eu defendo que o governo tem que sinalizar para a próxima safra. Quanto mais rápido o governo sinaliza, melhor é a capacidade de planejamento do setor para a próxima safra. Acho isso muito importante, e todos nós avaliamos que teremos condições de abastecer a volta de 25% de etanol na gasolina já no ano que vem", afirmou ele.

Questionado se o aumento da mistura para 25% de uma só vez seria um salto muito grande, Rossetto disse que não.

O executivo admitiu que, para 2012, não é possível elevar a mistura, considerando a baixa oferta do biocombustível.

Gasolina pode subir neste ano, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse na semana passada que há possibilidade de aumento no preço da gasolina neste ano, mas que a decisão ainda não está tomada.  

"Existe a possibilidade, não existe a decisão", disse o ministro a jornalistas, e acrescentou que a Petrobras (PETR4) precisa do aumento. Como a estatal compra combustível com preço mais alto do que o de revenda, a defasagem de preços é um dos fatores responsáveis pelo prejuízo de R$ 1,3 bilhão da companhia no segundo trimestre em 2012. 

Em 22 de junho, a Petrobras anunciou um reajuste de 7,83% nos preços da gasolina e de 3,94% no do diesel. No mesmo dia, o governo zerou tributos sobre os combustíveis para evitar que o aumento chegasse às distribuidoras e aos consumidores. 

Menos de um mês depois, em 12 de julho, a estatal anunciou nova alta no preço do diesel, com aumento de 4% na bomba para o consumidor final.

Um novo aumento de preços ainda não está definido e está sendo discutido pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério de Minas e Energia, segundo Lobão, para que primeiro se chegue a um número antes de se tomar a decisão.

Segundo o ministro, o aumento o preço da gasolina em junho não chegou ao consumidor em função da redução da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), mas essa medida não compensa a defasagem que a Petrobras tem em relação aos preços internacionais.

(Com informações da Reuters; colaborou Fabíola Ortiz)