Dona da Sadia e Perdigão vai subir preços em até 10%; produtos de Natal devem aumentar

A Brasil Foods (BRFS3.SA), dona das marcas Sadia e Perdigão, vai aumentar "imediatamente" o preço de seus produtos para compensar o aumento de custos, especialmente a alta nos grãos que servem de ração para os animais, disse o presidente da empresa nesta terça-feira (14). 

O índice de reajuste neste trimestre será entre 5% e 10%, afirmou José Antonio Fay, em conferência com jornalistas para detalhar os resultados do segundo trimestre. 

"Estamos falando de aumentos entre 5% e 10%, com a visão que se tem hoje (de custos). E isto é imediatamente, até o final do ano, a ver", completou ele.

No segundo trimestre, a empresa já aplicou reajuste marginal entre 1% e 2%.    

Produtos de Natal também podem ficar mais caros

Altas maiores não são descartadas até o fim do ano, dependendo do comportamento dos preços de insumos, esclareceu o presidente da BRF, após falar inicialmente de uma provável alta do produtos natalinos. 

O executivo lembrou que o planejamento para as vendas de finais de ano teve início em março, e que os animais já estão sendo alimentados com grãos a um preço muito mais alto do que no ano passado.

"Isto quer dizer que os preços devem ficar mais altos no final do ano, declarou Fay, reforçando que diante das altas dos custos até o momento os aumentos já começam a ser aplicados neste trimestre. 

Lucro da BRF caiu 99% com alto preço dos grãos

A BRF divulgou na noite de segunda-feira o resultado do segundo trimestre, com queda de 99% no lucro líquido, para R$ 6 milhões.

Uma influência importante foram os preços de grãos, que vêm registrado recordes de alta nas últimas semanas nos mercados internacionais, por conta de uma quebra de safra nos Estados Unidos, tradicionalmente o maior produtor global de soja e milho. 

O preço dos grãos foi o maior em 16 anos e teve grande impacto nos custos de produção da companhia, já que é usado como ração dos animais.

O preço médio do milho em Chicago teve aumento de 15,6% no segundo trimestre, na comparação com a média de igual período do ano anterior, informou a companhia.

Fusão entre Sadia e Perdigão foi aprovada há um ano

A fusão das empresas Sadia e Perdigão foi aprovada em 13 de julho de 2011 pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A união criou a gigante do setor de alimentos Brasil Foods (BRF), uma das maiores empresas do ramo no mundo.

A operação tinha sido anunciada pelas empresas em maio de 2009.

Como requisitos, o governo determinou a eliminação da marca Perdigão por três ou cinco anos, dependendo do setor exclusivamente no mercado interno, e a proibição de criação de novas marcas.

Fusão não é boa para o consumidor, segundo órgãos de defesa

Quando foi aprovada a fusão entre Sadia e Perdigão, em julho do ano passado, órgãos de defesa do consumidor alertaram que a operação não era boa para o consumidor.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), disse que a concentração de mercado é prejudicial ao consumidor, pois diminui a concorrência.

A mesma opinião teve a coordenadora Institucional da Proteste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci: “A retirada de uma marca e determinados produtos do mercado tira o poder de escolha, além de interferir em sua preferência.

(Com informações de AFP e Reuters)