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Alta do milho deve deixar frango mais caro e 'quebrar' pequenos produtores

12.jan.2007 - Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Imagem: 12.jan.2007 - Rodrigo Paiva/Folha Imagem

Do UOL, em São Paulo

20/08/2012 18h19

O preço alto do milho deve reduzir a produção de frangos no Brasil e deixar a carne mais cara para o consumidor, segundo a consultoria Clarivi, especializada em mercados agrícolas. Além disso, também deve levar à falência de pequenos produtores. 

A soja e o milho, usados na fabricação de rações para os animais, estão com preço alto por causa da quebra da safra nos Estados Unidos, que enfrenta uma seca histórica. Por isso, fica mais caro para os produtores alimentarem os animais. A indústria brasileira deve cortar a produção de frangos em 10%, segundo a União Brasileira de Avicultura.

Em relatório semanal, os analistas da consultoria Clarivi afirmam que o custo de produção da indústria de carnes poderá subir mais de 100% no Brasil, e essa alta deve ser repassada ao consumidor final --mas a empresa não fala de quanto deve ser esse aumento nos pontos de venda.

"A preocupação é de que a alta no preço das carnes leve os consumidores a buscarem alternativas, como os peixes, o que derrubaria as vendas, agravando ainda mais a crise", afirma a consultoria.

As dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor não se restringem ao Brasil. Nesta segunda, a indústria alemã afirmou que o preço da carne de frango precisa subir, pois os produtores alemães estão "à beira da ruína".

Dona de Sadia e Perdigão fala em aumento de 10% nos preços

Na semana passada, as duas maiores produtoras de carnes de frango e suína do país, a Brasil Foods e a Marfrig, não falaram em corte de produção, mas disseram que farão reajustes nos preços de seus produtos para compensar o aumento de custos.

A Brasil Foods, dona da Sadia e da Perdigão, falou em aumento de até 10%

Milho subiu quase 40% desde meados de junho

O preço do milho, de acordo com o indicador Esalq/BM&FBovespa (base em Campinas) que serve como referencial para o mercado, acumula alta de quase 40% desde meados de junho.

Esse aumento foi impulsionado pela alta nas Bolsas internacionais, após a pior seca em mais de 50 anos reduzir a projeção de colheita no cinturão de grãos dos Estados Unidos.

Paraná, principal Estado produtor, espera ação do governo

O sindicato que reúne as indústrias de produtos avícolas no Paraná, principal Estado em produção de frango no país, disse que acompanha de perto a situação e que espera que o governo adote medidas para evitar a redução na produção e o repasse de preços ao consumidor.

"Por conta do alto preço dos insumos, a avicultura paranaense pode sofrer uma desaceleração", afirmou Domingos Martins, presidente do Sindiavipar.

Morte de animais é 'caso isolado'

Apesar da previsão de redução da produção avícola, recentes imagens de um produtor enterrando ovos e pintinhos em Santa Catarina, com o objetivo de reduzir custos, são indicações de um caso isolado.

Segundo a Ubabef, quando as empresas decidem pela redução de abates, optam entre dois métodos: ou suspendem a postura de ovos embrionados que gerariam pintos; ou abatem os frangos antes do período médio de 42 dias, reduzindo o peso de abate e o consumo de grãos.

(Com informações da Reuters)