Ex-banqueiro diz que vinhos de leilão estão "estragados"; organização contesta
O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira divulgou uma nota nesta terça-feira (9) na qual afirma que a coleção de 1.200 garrafas de vinho que vai a leilão para pagar dívidas deixadas pela falência do Banco Santos está "estragada" por má conservação.
O ex-dono do Banco Santos, que quebrou e deixou um rombo de R$ 2,3 bilhões, afirma ainda que quem administra a massa falida da empresa "quer sumir com provas e transferir responsabilidades".
"Ele quer enganar leiloando garrafas de vinho que deixou estragar. Ele está destruindo um verdadeiro patrimônio nacional", declarou em nota.
Ex-banqueiro está tentando "melar o leilão", diz organizador
O leiloeiro responsável, Renato Moysés, afirma que o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira entrou com um recurso tentando cancelar o leilão. "Ele está tentando 'melar' o leilão de qualquer jeito", afirma.
Segundo os organizadores do leilão, as garrafas estão devidamente armazenadas em adega climatizada e foram avaliadas por perito especializado. Segundo ele, apenas uma garrafa estava estragada e foi retirada da oferta.
Existem outros detalhes, como coloração e nível do gargalo, mas todas as que estão à venda foram consideradas próprias para consumo, diz o gerente operacional da Superbid Judicial Online, Alexandre Travassos.
"As garrafas com qualquer tipo de problema estão devidamente identificadas no site do leilão. Está tudo documentado", declara.
Vinhos raros
A coleção de Edemar Cid Ferreira conta com alguns dos rótulos mais caros do mundo, como Chateau D’Yquem, Petrus, Chateau Lafite, Riechbourg, Echezaux, Vozne Romanée, Champagne Cristal. São vinhos brancos, rosés, tintos e do Porto. Algumas garrafas chamam atenção pelo tamanho, como uma Opus One, de seis litros, da safra de 1980 (com lance de R$ 3.800).
Os lances iniciais do leilão variam de R$ 555 (16 garrafas de vinho branco) a R$ 11.420 (11 garrafas de champanhe da marca Cristal).
Foto da adega com garrafas de vinho da coleção de Edemar Cid Ferreira, que vão a leilão
Os interessados em participar do leilão deverão se cadastrar no site da Superbid Judicial Online. O dinheiro arrecadado com as vendas será destinado os credores do banco.
Rombo de R$ 2,3 bilhões
O ex-banqueiro ficou conhecido após um rombo de R$ 2,3 bilhões que causou a quebra da instituição que administrava, em 2004. Até hoje, os credores lutam para receber parte do dinheiro que perderam.
Edemar foi condenado a 21 anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta, mas ainda aguarda recurso.
Conhecido pela extravagância, o ex-banqueiro morava em um casa de 4.100 metros quadrados, em uma das áreas mais valorizadas de São Paulo, no bairro do Morumbi. Para decorar a residência, o ex-banqueiro exibia trabalhos de alguns dos principais artistas plásticos do país, como Di Cavalcanti e Portinari, além de diversas obras de artistas de renome internacional.
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