Juros de cartões de loja passam de 200%; veja dicas para gastar menos
No rastro das reduções de juros feitas pelos bancos, grandes redes de varejo, como C&A, Casas Bahia e Renner, também estão promovendo cortes nas taxas cobradas nos seus cartões.
Apesar disso, os juros dos cartões de loja ainda estão entre os maiores cobrados no país, podendo passar de 200% ao ano.
Recentemente, o Bradesco anunciou um corte nos juros cobrados nos cartões de crédito emitidos pelo banco. A redução, que passa a valer em novembro, vai contemplar os cartões chamados de "private label", oferecidos por redes de varejo.
Entre as redes cujos cartões são administrados pelo Bradesco, estão C&A, Casas Bahia, Lojas Colombo, Makro, Luigi Bertolli e O Boticário.
As taxas cobradas variam de acordo com cada rede, mas, seguindo a nova política do banco, terão de ficar entre 1,9% e 6,9% ao mês no crédito rotativo. O rotativo é usado quando o cliente não paga a fatura integralmente em dia e precisa rolar a dívida.
Até agora, as taxas dos cartões de loja administrados pelo Bradesco variavam de 2% a 14,9% ao mês.
Os clientes da Renner também devem pagar menos juros no rotativo dos cartões da rede a partir de novembro, segundo previsão da empresa. A taxa máxima cairá de 15,8% para 9,8% ao mês.
Taxas de juros continuam muito altas
Mesmo após as reduções, as taxas dos cartões "private label" continuarão altas se comparadas com as de outras linhas de crédito.
Ao ano, o crédito rotativo dos cartões Bradesco ficarão em 122,71%. No caso da Renner, a taxa máxima será de 207,06% ao ano.
Para efeito de comparação, os bancos cobram, em média, 3,45% ao mês na linha de empréstimo pessoal, o que equivale a 50,23% ao ano. Os dados se referem às taxas médias coletadas pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) em agosto.
Por isso, o ideal é sempre evitar usar o crédito rotativo dos cartões de loja.
Descontos não bastam para compensar tarifas
Além dos juros altos, os cartões de loja escondem outro tipo de cobrança que pode desequilibrar o orçamento: as altas tarifas de serviços.
Em estudo divulgado em abril deste ano, a associação de consumidores Proteste alertou que muitas lojas alardeiam o fato de seus cartões não terem anuidade. Só que é comum que se cobre tarifa de manutenção, por emissão da fatura e extrato. "Oferecem o cartão como sendo gratuito, mas na verdade não é", afirma Hessia Costilla, economista da Proteste.
A economista diz que todas essas cobranças podem acabar colocando por terra os eventuais benefícios oferecidos pelos cartões, como descontos nas compras. Por isso, para quem quiser economizar, a dica dela é que faça uma boa pesquisa de preços em lojas diferentes.
Outra orientação dela é que o consumidor não faça empréstimos ou saques com estes cartões. "Se o consumidor precisar de dinheiro, é melhor pegar empréstimo no banco.”
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