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Chaveiro e roupa chegam a 15% do faturamento de montadoras

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

31/10/2012 06h00

Montadoras e importadoras de veículos presentes no Brasil têm criado espaços nas concessionárias para vender produtos que vão muito além de carros e motos. Roupas, chaveiros, miniaturas, artigos de papelaria e bolsas são alguns dos itens que vêm sendo desenvolvidos pelas empresas para atrair fãs das marcas.

Algumas coleções chegam a centenas de itens, que são criados por estilistas e designers e devem traduzir o estilo de cada marca. Muitos produtos são importados, mas algumas montadoras já têm contratado empresas para desenvolver produtos especialmente para o público brasileiro.

Os preços partem de R$ 15 (um chaveiro). A ideia das empresas é permitir que mesmo quem não tem condições de adquirir seus veículos possam levar para casa uma lembrancinha que remete à marca.

Uma das empresas que primeiro investiram em peças que carregam o estilo da marca foi a fabricante americana de motocicletas Harley-Davidson. A coleção de roupas, que inclui jaquetas, camisetas e gorros, é comercializada desde a década de 70 nos Estados Unidos.

O material também é vendido no Brasil. Hoje, cerca de 15% do faturamento da empresa no país corresponde à venda de peças para customização de motos e roupas.

"Todas as concessionárias da marca hoje têm áreas exclusivas para venda de produtos. As coleções são desenvolvidas nos Estados Unidos por designers e estilistas, de acordo com as tendências de cada estação", diz o gerente da área de Peças, Acessórios e Motor Clothes da Harley, Ronaldo Weber.

Demanda de concessionárias e consumidores

Há três anos, a Peugeot também começou a vender, no Brasil, produtos que já eram comercializados na Europa há pelo menos uma década, como camisetas e bonés.

"Havia uma demanda dos donos de concessionárias e dos consumidores, que muitas vezes já tinham ido à Europa e visto as lojas da Peugeot", afirma Oswaldo Novais, diretor de Peças e Serviços da Peugeot do Brasil.

Segundo Novais, a ideia não é fazer da venda desses produtos um grande negócio, e sim um meio de divulgar a marca. As linhas de produtos representam, hoje, 5% do faturamento da empresa no país.

Produção, em alguns casos, é terceirizada

O aumento do interesse do consumidor brasileiro por produtos do tipo tem feito também com que algumas empresas terceirizem a produção aqui dentro do país. O resultado é a criação de produtos específicos para o consumidor brasileiro. O Grupo Doca Comunicação é responsável, atualmente, pelas coleções de Volkswagen, Audi e Honda.

“No caso da Audi, por exemplo, o público é formado não só pelos clientes da marca, mas também pelo cliente que chamamos de aspiracional, que sonha com ela. No caso da Volkwagen, faz sucesso a linha vintage. As pessoas têm paixão pelo Fusca e pela Kombi”, diz o diretor do grupo, Anderson Ramos.

O crescimento da importância desse tipo de produto para as empresas fica evidente na 27ª edição do Salão Interacional do Automóvel de São Paulo, que vai até domingo (4). Pelos corredores do Anhembi é possível encontrar 16 lojas com coleções das empresas, além de uma loja oficial do evento.

A loja da BMW, por exemplo, oferece 550 produtos, que vão de acessórios para veículos a bicicletas. Mais de 300 produtos da Mini Collection também estão à venda no estande da empresa no salão. Grande parte deles leva a bandeira do Reino Unido, e a menção à marca é feita apenas na etiqueta.