Sem patrocínio, festa em SC liquida 1 milhão de ostras por R$ 10 a dúzia
Turistas e moradores de Florianópolis (SC) terão um saboroso problema para resolver nos dias 7, 8 e 9 de dezembro (de sexta a domingo da próxima semana): comer cerca de um milhão de ostras a preço de liquidação, R$ 10 por dúzia.
O valor normal de uma dúzia de ostras nos resturantes do Ribeirão da Ilha (região tradicional de venda do molusco) começa em R$ 18 e chega a R$ 80 (numa versão mais sofisticada, com queijo brie, por exemplo).
As ostras estavam destinadas aos visitantes da 14ª Fenaostra (Feira Nacional da Ostra e Cultura Açoriana). O evento previsto para começar no sábado agora (dia 1º) foi cancelado pela prefeitura sob alegação de falta de verba.
As ostras precisam ser comidas logo, antes que a água dos criadouros comece a esquentar dos atuais 25ºC até perto dos 30ºC, como acontece em dezembro.
O lento aquecimento pode levá-las à morte antes que caiam nas panelas.
Os produtores primeiro reclamaram da oportunidade perdida para fazer dinheiro extra. Mas, depois do choro, reagiram: estão organizando uma Fenaostra alternativa no estádio do Canto do Rio Futebol Clube, na estrada do Ribeirão da Ilha, a 17 km do centro da capital.
Os organizadores esperam 20 mil visitantes, menos que a metade dos 45 mil de festas anteriores no centro de convenções da Baía Sul.
A festa vai ser bem rústica. Cozinhas serão improvisadas em barracas de lona. As mulheres dos pescadores vão preparar os pratos e eles serão servidos em mesas coletivas -uma volta à autêntica tradição dos colonizadores açorianos.
A festa oficial dava lucro para os restaurantes autorizados a funcionar na Baía Sul, mas quase sempre acabava no zero a zero para os patrocinadores. Uma das razões para o cancelamento da festa é que para cada ostra oferecida seria preciso gastar R$ 1 de dinheiro público em marketing e infraestrutura.
Segundo os organizadores da Fenaostra 2011, o dinheiro foi assim distribuído: R$ 340 mil da prefeitura, R$ 300 mil do Estado, R$ 200 mil da União e R$ 180 mil da bilheteria. Total de R$ 1,02 milhão.
Fábio Expedito, coordenador do setor de maricultura do Ministério da Pesca, disse que "neste ano ninguém fez o pedido de verba", para justificar o desinteresse do governo federal. Sem ele, o patrocínio dos demais furou.
Cerca de 5.000 pessoas vivem da maricultura (criação de mariscos) no Ribeirão da Ilha, bairro de Florianópolis.
A dúzia de ostras na concha sai por R$ 3 na fazenda e R$ 5 nos mercadinhos da praia.
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