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Sorveterias apostam em picolés 'premium', que custam cerca de R$ 10

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

11/01/2013 06h00

De olho no aumento do consumo e nas temperaturas recordes do verão, fabricantes de sorvetes artesanais e grandes marcas estão investindo no segmento de produtos "premium". Além da qualidade diferenciada, esses sorvetes são caracterizados por preços mais altos: um picolé pode custar perto de R$ 10.

Em dezembro, a marca de sorvetes gourmet Diletto inaugurou nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, sua primeira loja. No espaço, o consumidor pode personalizar seu sorvete, escolhendo suas coberturas preferidas.

Criada há quatro anos, a Diletto fatura R$ 25 milhões por ano. Seus produtos são vendidos em restaurantes e quiosques de shopping centers de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e a empresa já faz planos de internacionalização.

Loja temporária teve fechamento adiado

A Magnum Store, loja-conceito do sorvete premium da Kibon, também foi aberta no mesmo bairro paulistano no ano passado. A proposta é a mesma: lá, o cliente pode escolher entre 20 combinações diferentes de cobertura para preparar seu picolé. O preço de cada um é R$ 9.

"O objetivo desse novo conceito de negócios é oferecer aos consumidores não somente um produto, e sim a máxima experiência de prazer quando o assunto é sobremesa premium", diz a gerente de marketing da Kibon, Isabel Masagão.

A loja, que é temporária, funcionaria até 23 de dezembro de 2012, mas, diante da grande procura, teve o fechamento adiado para fevereiro.

Já a Baccio di Latte, aberta há dois anos em São Paulo por dois estrangeiros, tem unidades no Shopping JK Iguatemi, na Rua Oscar Freire e em Moema. Uma nova loja deve ser aberta nos Jardins antes do Carnaval.

A produção é artesanal e os potinhos de sorvete custam de R$ 8 a R$ 12. São vinte opções diferentes para serem combinadas pelos clientes.

'Boom' começou há cerca de dois anos

O segmento de sorvetes premium já existia no Brasil há alguns anos, representada por marcas como Haagen-Dazs, Gelateria Parmalat e La Basque. Foi o aumento do consumo da população, porém, que desencadeou  o crescimento.

"O boom de sorvetes premium começou há cerca de dois anos. São produtos mais sofisticados, de maior valor", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Sorvetes (Abis), Eduardo Weisberg.

Dados da associação mostram que os brasileiros consomem, em média, 6,07 litros de sorvete por ano. O número representa um aumento de 58,9% em relação a 2003, quando a média era de 3,82 litros anuais. Ainda assim, é baixo se comparado à média registrada em países da Europa, que passa de 20 litros anuais.

"A cultura do brasileiro em relação aos sorvetes tem mudado aos poucos. O consumidor tem percebido que é um produto que alimenta, e não só uma guloseima. Mesmo no inverno o consumo tem aumentado", diz Weisberg.