Abilio vende parte das ações do Pão de Açúcar para assumir a BRF
O empresário Abilio Diniz vendeu nesta terça-feira (9), em leilão na Bolsa, grande parte da ações preferenciais que tem do Pão de Açúcar. O empresário deverá ser eleito o presidente do Conselho de Administração da BRF, empresa resultante da união entre Sadia e Perdigão.
Após uma tentativa frustrada de fusão com o Carrefour no Brasil, o empresário passou o controle do Pão de Açúcar ao Casino no ano passado. Nesse período, Abilio trocou farpas públicas com os controladores da varejista francesa, que renderam processos e acusações de ambas as partes.
O empresário vendeu R$ 853,342 milhões em ações preferenciais do Pão de Açúcar. Foram vendidos 7,964 milhões de papéis, ao preço de R$ 107,15 cada um.
Mesmo após a venda, Abilio continua com cerca de 9 milhões de ações preferenciais do Pão de Açúcar. O empresário já vendeu esse tipo de papel em outras ocasiões. Em dezembro se desfez de cerca de R$ 200 milhões em ações preferenciais e em janeiro vendeu mais de R$ 1,5 bilhão.
A venda de mais um lote de ações preferenciais do Pão de Açúcar por Abilio era esperada há tempo pelo mercado. Vale destacar que os direitos políticos do empresário na rede varejista estão vinculados às ações ordinárias, e não às preferenciais. Ele tem 19 milhões de ações ordinárias.
De qualquer forma, com a venda de PNs, a exposição econômica total de Abilio ao grupo caiu sensivelmente desde dezembro. Segundo fontes, qualquer valor acima de R$ 90 seria razoável para que o empresário vendesse papéis em Bolsa --no leilão anterior os papéis saíram a R$ 89.
Briga pelo controle do Pão de Açúcar
O Casino assumiu o Pão de Açúcar em agosto, numa troca que já era anunciada desde 2006, quando os franceses compraram o controle do grupo. O Casino investiu pela primeira vez na rede varejista em 1999, quando resgatou o grupo de dificuldades.
A disputa pelo controle da rede varejista ganhou os holofotes em 2011: Abilio Diniz tentou romper o acordo ao propor uma fusão da companhia brasileira com o arquirrival do Casino, o Carrefour. O Casino, como esperado, vetou o negócio, e a ofensiva da parte brasileira terminou em fracasso.
O plano de fusão previa a união dos dois maiores grupos de distribuição brasileiros --o Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil-- para criar um gigante avaliado em US$ 41,899 bilhões.
Além de impedir a negociação, os franceses do Casino a qualificaram de "hostil e ilegal" e encarregaram seu presidente, Jean-Charles Naouri, de fazer valer essa posição "por todos os meios necessários".
Atualmente o Brasil é o segundo maior mercado para o Casino no mundo depois da França e é um pilar importante na expansão do grupo francês em mercados emergentes em um momento de fraqueza na Europa.
(Com Reuters e Valor)
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