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Fabricantes criam versão digital de jogos clássicos, como War e Perfil

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

26/06/2014 11h32

Fabricantes brasileiras de brinquedos estão criando versões eletrônicas de jogos clássicos. A ideia é tornar esses produtos mais conhecidos das crianças, hoje acostumadas ao mundo digital. War, Perfil, Imagem & Ação e Cara a Cara são alguns dos jogos adaptados pelas empresas.

As versões digitais do War e do Lince, da Grow, devem chegar ao mercado até o fim do ano. A empresa já lançou, nesse formato, os jogos Perfil, Imagem & Ação e ABC Animado. O Super Trunfo também tem sua versão digital.

Os jogos estão disponíveis nas lojas Google Play, Windows Store e App Store. Há versões gratuitas e pagas (os preços não costumam passar de R$ 5). Alguns podem ser jogados também, gratuitamente, no Facebook e no Click Jogos.

"Como são brinquedos clássicos, eles são conhecidos por duas ou três gerações passadas, mas não pela que hoje tem de 8 a 15 anos. Essa nova geração está muito ligada ao mundo on-line e a digitalização é uma maneira de trazer essas marcas clássicas até elas", diz o presidente da Grow, Marcelo Rovai.

A empresa não divulga números. Segundo Rovai, as vendas de jogos de tabuleiro não têm caído, mas se concentram entre consumidores entre 15 e 30 anos. Para ele, a digitalização dos jogos vai fazer com que as crianças se interessem por conhecer as versões originais dos produtos.

"Nós acreditamos que os jogos digitais nunca vão substituir os físicos. O tabuleiro envolve uma interação pessoal que o universo on-line não contempla", afirma.

Desenho é feito em tela sensível ao toque

As adaptações dos brinquedos da Grow foram todas feitas pela Sioux, especializada em jogos digitais. A Sioux também adaptou o Cilada, da Estrela, para o mesmo modelo.

"Precisamos olhar com cuidado para o jogo de tabuleiro e entender o conceito que aquele produto traz, para então levar esse conceito para o mundo digital. Algumas características do jogo são modificadas, mas a essência permanece a original", diz Danilo Parise, diretor de marketing e produtos da Sioux.

No Imagem & Ação original, o jogador precisa desenhar ou fazer mímicas para que seu parceiro compreenda o que ele quer dizer. Na versão digital, a mímica não é possível, mas o desenho pode ser feito pelo mouse ou numa tela sensível ao toque.

O Perfil foi o primeiro jogo digitalizado pela empresa e, em um ano, mais de 350 mil downloads foram feitos, segundo Parise. Cerca de 150 mil partidas on-line do Super Trunfo já foram jogadas.

Brinquedo antigo com 'toque de eletrônica'

A Estrela acaba de lançar uma versão eletrônica do Cara a Cara, um de seus jogos mais populares dos anos 1980. O princípio continua o mesmo: adivinhar a cara secreta escolhida pelo adversário. Mas, agora, o Super Cara a Cara, como é chamado, tem um marcador de tempo e botões para as respostas "sim" e "não", que emitem sons.

O objetivo da "repaginação", informa a empresa, é atrair novos consumidores. Para isso, a Estrela considera importante tornar os produtos mais práticos e, quando possível, dar "um toque de eletrônica" a eles. O Super Cara a Cara custa R$ 129,90. A versão simples, que continua à venda, custa R$ 69,90.

A Estrela também lançou novas versões de outros clássicos da marca, o Genius e o Pula Pirata. A opção, nesse caso, foi criar miniaturas, ou, como chama a empresa, jogos "para viagem". Além de menores, eles são bem mais baratos do que os jogos tradicionais. O Genius tradicional custa R$ 159,90 e o Pula Pirata, 119,90. As miniaturas, nos dois casos, saem a R$ 24,90.