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Queda no preço do minério ameaça projetos de siderúrgicas, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

10/09/2014 08h39

A queda nos preços do minério de ferro ameaça a concretização de projetos de expansão de várias siderúrgicas brasileiras, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira (10) pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

O minério de ferrro no mercado à vista já perdeu quase 40% do seu valor ao longo deste ano, segundo o jornal, fechando a US$ 83,60 por tonelada na terça-feira.

Esta queda pode afetar os projetos de expansão de produção de grandes indústrias como a Gerdau, Usiminas e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

Gerdau e Usiminas começaram a investir em mineração quando os preços da matéria-prima estavam em alta, e a autossuficiência na integração da produção com o fornecimento era estratégia de competitividade.

Agora, no entanto, com o preço do minério em torno de US$ 90 a tonelada, o banco BTG Pactual avalia que a expansão dos projetos das duas empresas dificilmente irá para frente.

O "Estado" ainda ouviu um analista financeiro, que pediu para não ser identificado. Ele avalia que o movimento natural das siderúrgicas é de recuo, ao menos enquanto o preço do minério estiver baixo, e que sinalizações contrárias não seriam bem recebidas pelo mercado.

A Gerdau, em julho, já anunciou a redução do seu programa de investimentos para este ano, de US$ 2,9 bilhões para US$ 2,4 bilhões. A CSN, por sua vez, passou a expandir a produção neste ano, exatamente quando o preço do minério começou a recuar. A expectativa é aumentar o volume das atuais 24 milhões de toneladas para 40 milhões no próximo ano, na mina Casa de Pedra.

Preço pode afetar exportações

Além de colocar em xeque os projetos de expansão das siderúrgicas, o preço do minério de ferro nos patamares atuais não é atrativo para que as indústrias exportem sua produção.

Em relatório, o Goldman Sachs avaliou que, com os preços nos patamares atuais, tanto Usiminas quanto CSN e Gerdau teriam prejuízo exportando minério de ferro.

As três empresas foram procuradas pelo jornal para comentar a reportagem. A Usiminas disse que não teria porta-voz para comentar o assunto, e a CSN e Gerdau afirmaram que não iriam se pronunciar.