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IBGE: Setor de serviços cresce 6,6% em junho, melhor resultado desde 2011

Do UOL, em São Paulo

14/08/2018 09h46

O setor de serviços do Brasil surpreendeu em junho e subiu muito mais que o esperado, revertendo por completo as perdas causadas pela greve dos caminhoneiros, mas com resultado ainda insuficiente para mostrar recuperação mais forte.

A atividade saltou 6,6% em junho quando comparada com maio, melhor desempenho mensal da série histórica iniciada em 2011, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14). Em maio, o setor havia registrado contração de 5%, em número revisado da queda de 3,8% reportada antes.

O setor de serviços inclui, por exemplo, salões de beleza, imobiliárias, oficinas mecânicas, escritórios de advocacia, agências de turismo, companhias aéreas e hotéis, entre outros.

Sobre junho de 2017, houve alta de 0,9% nos serviços. Expectativas de analistas ouvidos em pesquisa da agência Reuters eram de que o setor teria expansão de 3,2% em junho na comparação mensal, mas retração de 0,3% sobre um ano antes.

"A greve dos caminhoneiros criou um distúrbio no transporte brasileiro e desarticulou a economia brasileira", afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, as destacar o forte vaivém nas atividades.

Transportes

Segundo o IBGE, em junho o destaque ficou para o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com salto de 15,7% sobre maio, quando houve retração de 10,6%. Segundo Lobo, esses serviços representam cerca de um terço da pesquisa total.

O movimento dos caminhoneiros no final de maio abalou ainda mais a confiança de consumidores e empresários no país ao prejudicar o abastecimento, afetando a atividade econômica. As expectativas de analistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano vêm recuando, agora em torno de 1,5% depois de terem chegado a 3% há poucos meses.

Os demais resultados positivos em junho vieram dos ramos de serviços de Informação e comunicação (+2,5%), de Outros serviços (+3,9%) e de Serviços profissionais, administrativos e complementares (+0,4%).

Na outra ponta, os Serviços prestados às famílias recuaram 2,5% e assinalaram a segunda taxa negativa seguida, acumulando perda de 3,8%, segundo o IBGE.

Apesar do desempenho forte em junho, o setor de serviços fechou o segundo trimestre com queda de 0,3% sobre o período anterior, segunda taxa negativa seguida. Entre janeiro e março, quando comparado com o quarto trimestre de 2017, a queda foi de 0,5%.

"O cenário em vista não é de aumentos fortes, a tendência é devolução dessa alta acima da perda na série ajustada de julho", afirmou Lobo. "A conjuntura não é favorável, com eleições no horizonte que são motivo de incerteza. Julho vamos ter algum tipo de devolução (perda)", explicou ele, acrescentando que o setor de serviços estava operando no nível equivalente a 2012.

Em julho, a confiança do setor de serviços no Brasil subiu e interrompeu sequência de quatro meses seguidos de perdas, mas ainda não o suficiente para compensar a queda em junho. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getulio Vargas (FGV) chegou a 87,5 pontos, com alta de 0,8 ponto sobre junho, quando atingiu o menor nível em nove meses com impactos da greve dos caminhoneiros no final de maio, causando forte desabastecimento no país todo e desacelerando a economia. 

Também em julho, outros indicadores de confiança mostraram alguma recuperação ou pararam de cair, após os efeitos mais pesados da greve dos caminhoneiros terem ficado para trás. O indicador do consumidor subiu e o da indústria, permaneceu estável.

(Com Reuters)