Bolsonaro diz não ser 'dono das leis' e acatar reforma alterada pela Câmara
Luciana Amaral
Do UOL, em Brasília
13/06/2019 12h04
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse hoje que irá aceitar o relatório "desidratado" da reforma da Previdência apresentado pela comissão especial da Câmara dos Deputados, embora deseje que o texto enviado pelo Planalto seja alterado o menos possível.
"A gente quer que desidrate o menos possível, né? Queremos aprovar a reforma da Previdência. O que o Parlamento fizer, nós obviamente acataremos, e é sinal que eles descobriram que tem coisas que podem ser alteradas e vamos aceitar", falou.
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Quanto ao sistema de capitalização apresentado pelo Planalto e a ser retirado pelos parlamentares, Bolsonaro disse não ser o "dono das leis" e que irá lutar para que seja mantida no texto a ser aprovado pelo Congresso.
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), reduziu o tempo mínimo de contribuição para mulheres se aposentarem, de 20 para 15 anos. Também retirou da proposta:
- Validade da reforma para estados e municípios
- Adoção do sistema de capitalização
- Mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada)
- Mudanças na aposentadoria rural
- Retirada das regras previdenciárias da Constituição
Estados e municípios
Questionado se o governo articulará pela apresentação de emendas em plenário junto a governadores e prefeitos que queiram voltar a fazer parte do projeto, o presidente disse se tratar de "uma briga mais interna".
"Me inclua fora dessa, mas parece que é uma tendência tirar estados e municípios. O que chega para mim aqui? Que alguns governadores querem aprovar a reforma da Previdência, mas de modo que os seus deputados votem contra, não querem sofrer algum desgaste", relatou.
Bolsonaro defendeu que a reforma não fica inócua sem a inclusão de estados e municípios e ponderou que estes, então, terão de fazer mudanças no sistema previdenciário próprio no futuro, já que não se juntaram à proposta do governo.