Tomás Martins (Tembici): Governo taxa mais as bicicletas do que os carros

Os impostos sobre uma bicicleta produzida no Brasil —fora da Zona Franca de Manaus— chegam a 72%, segundo a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas. Se for importada diretamente, esse valor salta para 107%. De acordo com a Anfavea (associação que representam os fabricantes de carros), os impostos sobre um carro popular são de 37,17%.

As altas taxas de impostos estão na contramão de um dos modais que mais crescem no país, diz o presidente e cofundador da Tembici (Bike Itaú), Tomás Martins, em entrevista exclusiva na série UOL Líderes. Para ele, há cargas tributárias para indústrias específicas, sem uma regra muito clara. "Quem faz mais lobby, leva", diz o CEO.

Martins é a favor dos pedágios nas regiões centrais das cidades, mas admite que haverá muita discussão sobre o assunto. Ele defende também que a velocidade, principalmente nos bairros, não ultrapasse os 30 quilômetros por hora, para uma melhor convivência entre os diferentes modais.

Sobre o vandalismo nos equipamentos de mobilidade, o CEO da Tembici diz que é o tipo de situação que acontece no mundo inteiro e que o brasileiro sabe lidar com essa situação, sem "síndrome de vira-lata".

Tomás Martins afirma que as empresas estão de olho na micromobilidade para entregas rápidas e que a próxima onda será da "cicloentrega". Para ele, um dia chegaremos a ver Avenida Paulista no lugar de oito faixas de carro e duas de ciclovias, oito de ciclovias e duas de carros.

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