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Estudo aponta tendências do "novo consumo" em tempos de coronavírus

EDUARDO MATYSIAK/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: EDUARDO MATYSIAK/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/03/2020 12h00

Um estudo da MindMiners, realizado a pedido da agência Leo Burnett, mostra que a epidemia de coronavírus tem incentivado o brasileiro, neste momento, a consumir mais produtos de higiene pessoal e de limpeza para casa.

O levantamento, realizado com 500 pessoas das 5 regiões do Brasil, aponta que produtos de higiene pessoal (30%), produtos de limpeza para a casa (21%) e medicamentos (14%) lideram o ranking de categorias que, segundo os consumidores, são os itens mais buscados. Para os entrevistados, houve uma corrida por álcool em gel (83%), sabonetes líquidos (56%) e desinfetantes (45%).

A Apas (Associação Paulista de Supermercados) divulgou um aumento de 34,4% no movimento em supermercados do estado de São Paulo entre terça e quarta-feira desta semana por causa do coronavírus.

Abastecimento e novos horários

A entidade tem monitorado as lojas e afirma que, até o momento, "não foi identificado nenhum problema de desabastecimento, mas, sim, de reposição, devido ao maior número de clientes em algumas lojas, no final de semana". Mesmo assim, algumas redes já estão se preparando para uma corrida às lojas.

O Pão de Açúcar, por exemplo, já impôs restrições aos clientes para evitar o desabastecimento. A empresa limitou a quantidade de alguns itens que os clientes podem comprar. A lista inclui mais de 30 itens, entre álcool gel, produtos de higiene e limpeza, arroz e feijão, carnes congeladas e até fraldas. Várias redes já estipularam horários de atendimento exclusivos para clientes com mais de 60 anos.

Compras pela internet

Ainda segundo o levantamento, as compras pela internet entre os entrevistados já cresceram 14%. Quando questionados se farão mais pedidos na próxima semana, o número sobe para 24%.

O Magazine Luiza é um dos varejistas que está de olho nesta parcela da população. Para incentivar as compras com delivery, a rede anunciou uma promoção que dá frete grátis para todo o país em compras realizadas pelo aplicativo da companhia, em operações acima de R$ 99. Categorias de produtos com maior procura e necessidade imediata, como álcool em gel e nebulizadores, possuem o benefício de frete grátis, independentemente do valor.

Consumo de informação

O levantamento ainda aponta que 82% dos entrevistados buscam notícias pelo menos uma vez ao dia. 53% revelam ter "aumentado consideravelmente" a frequência do consumo de informação. Sites de notícias (77%), TV aberta (76%) e redes sociais (64%) são os maiores fornecedores de informações. Entretanto, 44% dos entrevistados afirmam que o conteúdo que chega via redes sociais é "pouco ou nada" confiável.

"O baixo índice de confiança nas redes sociais mostra que as pessoas sabem que precisam questionar as informações o tempo todo. Para isso, recorrem aos meios tradicionais. Há uma diferença muito marcante na importância dos grandes veículos de imprensa na produção de conteúdo", diz Tiago Lara, vice-presidente de Data & Estratégia da Leo Burnett.

Como as marcas podem atuar?

O executivo ainda reforça que é a hora das marcas atuarem com empatia antes de pensar em vendas. "A iniciativa privada tem um papel importantíssimo. Além de produtos, precisa prestar serviços para a população", diz.

A Ambev, por exemplo, anunciou que vai produzir 500 mil unidades de álcool em gel para distribuir a hospitais da rede pública nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e no Distrito Federal, onde há maior número de casos do novo coronavírus. Cada unidade de saúde receberá 5.000 frascos. A companhia vai utilizar a linha da cervejaria em Piraí, no Rio de Janeiro, para produzir etanol e as embalagens.

Marcas como Burger King e Espaçolaser anunciaram nesta semana que vão doar parte de sua receita para o combate à doença. As empresas doarão cerca de R$ 1 milhão cada a iniciativas do governo federal e ao Ministério da Saúde.

A Uber informou, no começo do mês, que vai remunerar por até 14 dias os motoristas e entregadores de sua rede que precisarem parar de trabalhar por causa da doença. O pagamento inclui parceiros infectados com covid-19 que estejam em quarentena ou isolamento determinado por autoridades públicas ou recomendação médica.

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