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Patricia Corsi, diretora global da Bayer: Meu mantra é humanizar a ciência

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/08/2021 14h39

Com o avanço da pandemia de covid-19, as pessoas passaram a se interessar mais pela ciência. Como as empresas que produzem remédios trabalharam sua comunicação para levar informação ao público?

Para falar sobre o tema, o episódio #99 do programa Mídia e Marketing recebeu Patricia Corsi, diretora global de marketing e digital da área de produtos de consumo da Bayer, dona de marcas como Aspirina, Bepantol e Redoxon -veja, acima, a entrevista na íntegra.

"O marketing estava num processo de queda em relação à confiança do consumidor. Com a covid-19, as pessoas passaram a pedir que as marcas os ajudem a navegar nesse novo mundo. Meu mantra, hoje, é como a gente pode humanizar a ciência, num momento que todo mundo está desconfiando das informações que estão online", afirma a executiva (a partir de 9:33).

"Hoje as pessoas estão interessadas pela tecnologia das vacinas, por exemplo. É um momento muito especial, em que as pessoas estão ligadas na ciência. Viramos a "chavinha" para a saúde. Depois de anos, o marketing está no altar. Temos que aproveitar para fazer o melhor que a gente tem", afirma Patricia (a partir de 7:50).

Inovação de forma global

A executiva, que atua na sede da multinacional na Suíça desde 2019, também explicou como a Bayer tem trabalhado com o conceito de colaboração de forma global.

"Cada vez mais a fonte de inovação está fora das empresas. Temos um exemplo claro: um conselho criativo com representantes de cada região, CMOs (diretores de marketing) globais de outras empresas e mais as agências de publicidade do mundo todo. Trabalhamos em problemas que vão ajudar em todas as categorias. Se nossa ambição é mudar como o consumidor se comporta, não adianta fazer só com os produtos da Bayer. Tem que fazer para todo mundo", diz (a partir de 26:02).

Para a executiva, a liberdade para cometer erros é um dos nossos princípios da empresa.

"Quando a gente tem erros, a gente descobre maneiras diferentes de fazer as coisas. Se a gente não está cometendo nenhum erro, não está fazendo parceria com ninguém, não está tendo uma ambição maior, a gente está fazendo o mesmo de antes. E fazer o mesmo de antes depois de tudo que a gente aprendeu com a covid, acho que é burrice" (a partir de 28:05).

Jurada no Festival de Cannes deste ano, o mais importante evento de criatividade do planeta, ela ainda fala sobre os cases que chamaram a atenção na categoria Health & Pharma.

"O evento deste ano foi muito especial porque incluiu muitas ações de combate à covid-19 e problemas raciais. Uma coisa que foi comum foram as ideias que fizeram as pessoas pararem para pensar, para refletirem sobre aquilo. Que foram os insights, as inspirações, nos dados, para fazer diferença para a sociedade", diz (a partir de 15:03).