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38% dos trabalhadores brasileiros ganham no máximo R$ 1.212, diz estudo

Trabalhadores brasileiros, formais e informais, que recebiam até um salário mínimo no primeiro trimestre de 2022 representam 38,22% da força de trabalho Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/06/2022 11h48Atualizada em 06/06/2022 18h36

O número de trabalhadores brasileiros, com e sem carteira assinada, que recebiam até um salário mínimo (R$ 1.212) no primeiro trimestre de 2022 chegou a 38,22% do total da força de trabalho, segundo dados de um levantamento feito pelo economista Lucas Assis, da Tendências Consultoria.

O percentual representa uma alta na comparação com o mesmo período de 2018, fim do governo Michel Temer, quando 30,09% dos trabalhadores ganhavam o mínimo.

Em números absolutos, 36,414 milhões de pessoas recebiam um salário mínimo até março de 2022 - 8,2 milhões a mais que no fim do governo Temer.

O salário mínimo em 2022 está fixado em R$ 1.212 e não representa aumento real para os trabalhadores. O valor é alvo de críticas inclusive entre apoiadores do governo. A relatora da proposta do piso salarial, a senadora bolsonarista Soraya Thronicke (União Brasil - MS), chegou a dizer que o valor é "uma ilusão para o povo brasileiro".

O levantamento da Tendências Consultoria considerou números do quarto trimestre de 2015 até o primeiro trimestre de 2022 no Brasil, com dados da Pnad Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No último trimestre de 2015, por exemplo, apenas 27,6% dos trabalhadores recebiam um salário mínimo.

Apesar da criação de 4,6 milhões de vagas de trabalho entre 2016 e 2022, o economista Lucas Assis ressalta que 76% das vagas são informais.

"Essa geração de vagas deu-se pela criação de 7 milhões de vagas com rendimento mensal de até um salário mínimo e destruição de 2,4 milhões com rendimento superior a um salário mínimo".

Trabalhadores informais têm menor renda

Entre os que têm carteira assinada, o total de trabalhadores que ganham o mínimo foi de 14,1% em 2018 para 22,5% no primeiro trimestre deste ano.

Para os trabalhadores informais, o salto foi de 53,5% para 61,7%.

Qualitativamente, a informalidade do mercado de trabalho é preponderante no Norte e Nordeste. A população preta ou parda está mais inserida em ocupações informais em todos os estados.
Economista Lucas Assis comenta pesquisa sobre renda de trabalhadores formais e informais

Ele acrescenta que as atividades que mais concentram pessoas em ocupações informais são serviços domésticos, agropecuária e construção.

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