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Mbappé e Bud, Vini Jr e Nike: veja outras polêmicas entre atletas e marcas

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em Piracicaba (SP)

10/12/2022 04h01

Vini Jr e Mbappé foram dois atletas que se envolveram em polêmicas com marcas durante a Copa do Mundo deste ano.

O atacante da seleção brasileira se mostrou insatisfeito com o tratamento dado a ele pela Nike e acionou advogados para tentar romper o contrato. Mbappé, por sua vez, evitou mostrar o logo da Budweiser em troféus ganhados no torneio.

Chuteiras de lado. Astro do Real Madrid (Espanha), o atleta brasileiro de 22 anos é patrocinado pela Nike há quase uma década.

O descontentamento existe há meses e ele já deixou de vestir as chuteiras mais recentes nas fases finais da Liga dos Campeões da Europa. Como a seleção brasileira foi eliminada ontem (09), Vini Jr também não vestirá mais a chuteira da marca nesta Copa do Mundo.

O atleta é uma das estrelas publicitárias deste mundial. O atacante é destaque dos comerciais de Bet Nacional, Zé Delivery, Pepsi, Vivo e Casas Bahia, por exemplo.

Longe de marcas "não saudáveis". No caso do atacante francês, a questão é ética. Ao longo da carreira, Mbappé tem se recusado a divulgar marcas que falem sobre estilos de vida não saudáveis, como bebidas alcoolicas, redes de fast food e empresas de apostas esportivas.

mbappe - Reprodução - Reprodução
Mbappé com troféu 'Man of the Match', patrocinado pela Budweiser
Imagem: Reprodução

Destaque deste Mundial, com 5 gols em 4 jogos, o atacante francês ganhou 3 vezes o prêmio "Man of The Match", entregue ao melhor jogador de cada partida da Copa. O prêmio, entretanto, é patrocinado pela Budweiser - e Mbappé tem escondido a marca da cerveja do troféu nas fotos oficiais.

Há pouco menos de 3 meses, Mbappé já havia se envolvido em outra polêmica - dessa vez com o KFC. O atleta se recusou a participar de uma sessão de fotos da seleção francesa, patrocinada pela rede de fast food. Na época, Alain Beral, vice-presidente do KFC França, afirmou que a empresa poderia ir à Justiça depois da recusa.

Sem Coca-Cola. No ano passado, durante a disputa da Eurocopa, um gesto do português Cristiano Ronaldo movimentou o mundo do marketing esportivo.

Durante uma entrevista coletiva, antes da partida entre Portugal e Hungria, o atacante retirou duas garrafas da marca do alcance das câmeras e disse: "Bebam água". A Coca-Cola era uma das patrocinadoras do campeonato europeu de seleções.

No dia, o preço das ações da Coca-Cola na Bolsa de Nova York caiu de US$ 56,10 para US$ 55,22: o valor de mercado da companhia passou de US$ 242 bilhões para US$ 238 bilhões. Apesar de alguns veículos de imprensa ligarem a queda à atitude do astro, analistas apontaram que a movimentação das ações havia sido normal.

pogba - Reprodução - Reprodução
Pogba removeu garrafa da Heineken em entrevista coletiva após França e Alemanha
Imagem: Reprodução

Sem cerveja. Um dia depois da atitude de CR7, o atacante francês Paul Pogba repetiu o ato - mas, desta vez, retirando uma garrafa da Heineken de sua frente durante a entrevista coletiva após a vitória da França sobre a Alemanha. Pogba é muçulmano praticante e não consome bebidas alcoolicas. Na época, a cervejaria holandesa classificou a atitude de Pogba como "normal".

E sem rasgar a meia. Na última Copa do Mundo, na Rússia, a Nike proibiu Neymar, atleta patrocinado pela marca na época, de rasgar seus meiões de forma proposital antes dos jogos.

Na ocasião, o camisa 10 da seleção brasileira entrou em campo em duas partidas da fase de grupos (contra Suíça e Costa Rica) com os meiões rasgados por conta própria. A Nike avaliou a iniciativa como pejorativa e pediu para que representantes conversassem com o estafe do jogador sobre a atitude.

Em agosto de 2020, a marca norte-americana encerrou o contrato com o atleta. A empresa anunciou meses depois que o rompimento do contrato se deu porque Neymar se recusou a cooperar com uma investigação sobre acusações de agressão sexual feitas contra ele por uma funcionária da empresa.

Luvas trocadas. Na Copa do Mundo de 2006, o goleiro da seleção alemã Jens Lehmann quase não participou do Mundial. Isso porque o atleta queria usar luvas da Nike, em vez das da Adidas, fornecedora oficial da Alemanha.

No final das contas, o atleta acabou utilizando as da Adidas. Anos antes, em 2004, ele já havia sido informado que teria que usar as luvas da Adidas se quisesse mesmo continuar na seleção alemã.

Fita isolante na marca. Nesta semana, o jogador de basquete norte-americano Kyrie Irving tampou a marca da Nike em seu tênis com uma fita isolante e ironizou o fim da parceria com a fornecedora, ao escrever a frase "Estou livre. Graças a Deus":

A Nike encerrou o contrato com o astro da NBA depois de o atleta ter publicado um post com conteúdo antissemita. Mesmo tendo pedido desculpas, onde reconhece que compartilhou um documentário que "continha algumas falsas declarações, narrativas e linguagens antissemitas", o atleta ficou 8 jogos fora do elenco do Brooklyn Nets.

Direito de escolher o tênis. No ano passado, algumas jogadoras da seleção brasileira de vôlei entraram em quadra na Liga das Nações da categoria com esparadrapos nos tênis. Isso porque a Confederação Brasileira de Vôlei as obrigava a usar produtos da Asics, patrocinadora da CBV, e as atletas não concordavam com a atitude.

Depois do imbróglio, a marca anunciou que cada atleta teria direito de escolher seu calçado nos momentos de treino e competição. O contrato entre ASICS e CBV foi finalizado em dezembro do ano passado. Desde então, a CBV prossegue sem um fornecedor oficial de uniformes.