Valorização das criptomoedas bate recorde: ainda dá tempo de investir?
Desde que Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, há uma semana, houve um boom na valorização do mercado das criptomoedas. O bitcoin, principal ativo nesse formato, chegou ao seu valor recorde, ultrapassando os R$ 500 mil por unidade e não dá sinais de que vai parar de subir.
A pergunta que muitos se fazem é se ainda dá tempo de investir. O UOL conversou com alguns especialistas em finanças que explicaram para que tipo de investidor a criptomoeda é uma boa opção.
O que é preciso saber antes de investir
Quem resolver entrar neste mercado precisa, antes de qualquer coisa, estudar qual ativo vai comprar e definir um objetivo. "Ao entrar, é bom estabelecer o limite: se chegar a tanto, eu vou sair. Tome essa decisão no momento que vai fazer o investimento. Se o valor chegou ou ultrapassou a sua meta, realize [retire] o seu valor principal", diz Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV.
Retirar o investimento quando atingir o objetivo traçado é uma precaução contra variações do mercado. "Se o mercado passar por um revés, você está preparado. Não imagino que isso aconteça, exatamente por nomes como Trump, que vão dar um apoio positivo [às criptomoedas]", explica Ricardo Teixeira
O ideal antes de fazer qualquer investimento é conversar com pessoas que têm interesse nesse ativo. Mas sempre tome a sua decisão, não vá na dos outros. Faça o que você acha melhor.
Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV.
Entender bem o investimento é fundamental. A necessidade de uma pesquisa preliminar sobre as criptomoedas é essencial, segundo Marcelo Cambria, coordenador do MBA Executivo em Finanças da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado). "Como é algo que não é trivial, o importante é que o investidor só faça se tiver extremo conforto, extremo entendimento dos riscos. Investimento não pode ser algo que depois ele se arrependa", afirma o especialista.
Não dá para ser uma aplicação por si só, não pode aplicar só porque está subindo. Correto é o entendimento dos projetos, entendimento da indicação de orientação. Para onde vai? Qual o limite desse projeto? Estipular valor, fazer sua análise sem achar que vai ser uma subida sem limite, que não pode ter estabilização ou uma correção.
Marcelo Cambria, coordenador do MBA Executivo em Finanças da Fecap.
Teixeira ainda faz um alerta sobre propagandas milagrosas que prometem a multiplicação dos investimentos nas redes sociais. "Você precisa de assessoria. Conversar com quem conhece é sempre bom para quem vai fazer um investimento desse tipo", afirma.
As criptos vão ou não continuar se valorizando? "Não dá para falar sobre limite da subida", diz Cambria. "A perspectiva é favorável, teve esse boom, mas ninguém sabe quando vai estacionar", conclui.
Ascensão do Bitcoin
Desde a semana passada, o Bitcoin subiu e ultrapassou a sua maior marca na história. Antes de fecharem as urnas, a moeda estava avaliada em cerca de US$ 68 mil. Durante o começo da apuração com a vantagem de Trump, ela já começou a subir e quebrou o primeiro recorde durante a madrugada.
Com a confirmação da vitória, abriu a manhã da última quarta-feira valendo US$ 75 mil. Essa ascensão continou e mesmo com algumas pequenas correções, ela chegou muito perto dos US$ 93 mil na última quarta-feira.
Se fecharmos o cenário em um mês, o Bitcoin valorizou mais de 40%. Essa subida também puxou a valorização de outros criptoativos como Ethereum, Solana, Dogecoin, entre outras moedas.
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Durante a campanha para presidência dos Estados Unidos, Trump falou por diversas vezes que tinha intenção de fazer o país norte-americano se tornar a "capital mundial da criptomoeda". Trump chegou a dizer que iria manter os ativos do governo americano em Bitcoin. Os Estados Unidos possuem cerca de 200 mil Bitcoins. Outras nações, como China e Reino Unido, também têm reservas em criptomoeda.
Um de seus principais apoiadores, Elon Musk, que foi anunciado como integrante do governo, também é detentor de uma criptomoeda, a Dogecoin. Ele sempre foi defensor dos criptoativos, fazendo até investimentos de bilhões de dólares no Bitcoin.
Com a subida, o bitcoin se tornou o oitavo maior ativo do mundo, segundo o CompaniesMarketCap. Com capitalização de US$ 1,78 trilhão, a criptomoeda ultrapassou a prata e se aproxima do valor da Saudi Aramco. Ela já havia deixado para trás a Meta após a eleição de Trump.
Dez ativos mais valiosos do mundo
Ouro - US$ 17,3 trilhões
Nvidia - US$ 3,5 trilhões
Apple - US$ 3,4 trilhões
Microsoft - US$ 3,1 trilhões
Amazon - US$ 2,25 trilhões
Alphabet (Google) - US$ 2,19 trilhões
Saudi Aramco - US$ 1,79 trilhão
Bitcoin - US$ 1,78 trilhão
Prata - US$ 1,71 trilhão
Meta - US$ 1,46 trilhão
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