Fiesp: herdeira do Itaú, ex-BC e sindicalistas fazem carta em apoio a Josué
Colaboração para UOL, em São Paulo
18/01/2023 22h38Atualizada em 19/01/2023 08h18
Membros do Comitê de Defesa da Democracia assinaram hoje um manifesto em apoio a Josué Gomes.
Entre eles, estão Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Neca Setubal, herdeira do banco Itaú.
- Presidente da Fiesp, Josué foi destituído após assembleia realizada na segunda-feira.
O grupo ressalta que o apoio de Gomes ao manifesto em defesa da democracia, divulgado no dia 11 de agosto do ano passado, foi a motivação para o afastamento.
Ainda de acordo com o texto, o fato foi perpetrado por alguns representantes de sindicatos patronais ligados a entidade.
O documento declara ainda que a participação de Gomes no manifesto foi essencial para que as eleições de 2022 ocorressem dentro da normalidade e isto deveria ser motivo de orgulho para os empresários brasileiros.
"Não se pode admitir, portanto, que um pequeno grupo de pessoas ressentidas com o triunfo da democracia sobre o autoritarismo venha agora, em sintonia com aqueles que vandalizam nossas instituições, retaliar uma liderança empresarial exemplar, que sempre deixou claro ser a democracia o único caminho para que o Brasil supere os seus principais desafios", diz a carta.
Assinaram a carta:
- Ana Elisa Bechara, vice-diretora da Faculdade de Direito da USP
- Arminio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central
- Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos
- Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP
- Clemente Ganz Lúcio, sociólogo
- João Carlos Gonçalves, o Juruna, líder sindical e Secretário-Geral da Força Sindical
- Maria Alice Setubal, socióloga e presidente do conselho da Fundação Tide Setubal
- Oscar Vilhena Vieira, professor de direito da FGV
- Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores
O texto foi lido em ato realizado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco no dia 11 do mesmo mês.
O documento, que não citava o nome de Jair Bolsonaro, se posicionava contra os ataques do ex-presidente ao processo eleitoral e às urnas eletrônicas.
A Fiesp, então presidida por Josué Gomes, foi uma das signatárias. A adesão teria desagradado alguns membros de sindicatos patronais ligados à federação.
Na última segunda-feira, 16, Gomes foi destituído após votação em assembleia. O afastamento se deu em votação, por 47 votos a 1.
As informações até o momento são de que ele deve recorrer à Justiça. Gomes assumiu a presidência da Fiesp em julho de 2021, substituindo Paulo Skaf, que estava à frente da entidade desde 2004.