'Regulamentação da IA não pode prejudicar atuação das empresas', avalia IBM
Alexandre Garcia
Colaboração para o UOL, de Sâo Paulo
09/05/2024 04h00
O presidente da IBM Brasil, Marcelo Braga, defendeu a necessidade de uma regulamentação para as ferramentas que envolvem a inteligência artificial, mas ressaltou que o movimento não deve prejudicar as empresas. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.
Segundo o executivo, a regulamentação é um assunto que precisa ser discutida durante o ingresso das ferramentas no ambiente de negócios. Ele disse ser necessário identificar a melhor janela de oportunidade para não ser um retrocesso para as companhias em relação ao movimento global.
Eu vejo o potencial revolucionário muito maior do que o dano ou medo de uma IA que perca o controle. Por isso, defendemos tanto os modelos de governança, privacidade de dados e uma discussão clara de regulamentação para os avanços poderem ocorrer, mas com todas as salvaguardas necessárias.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil
Ao comentar sobre as questões éticas que envolvem a inteligência artificial, como a criação de deep fakes, Braga disse ser necessária a discussão entre os desenvolvedores das ferramentas. Para isso, o presidente da IBM sugere a criação de escritórios dentro das companhias para tratar sobre tema.
Sobre o avanço das novidades na sociedade, o executivo afirmou já ver vários mecanismos de regulamentação da inteligência artificial. De acordo com ele, a IBM é participante de debates diretos e dentro de associações para definir o uso das ferramentas com privacidade de dados e ampliação da capacidade humana.
Há uma necessidade de privacidade de dados, do direito ao indivíduo e como a exponencialidade de uma tecnologia como a IA tem que ser aplicada de modo a trazer serviço aos interesses da sociedade.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil
Durante a entrevista, Braga relatou haver bilhões de ciberataques diários. Ele destacou a evolução das novas modalidades de ataques virtuais exigem linhas de defesa mais avançadas. Para o executivo, a sofisticação abre caminho para a contaminação de toda uma rede de computadores, golpe que exige um pagamento financeiro para recuperar as informações roubadas.
Temos visto muito mais sofisticação e um maior número de golpes. Por isso, as linhas de defesa das empresas e essa percepção de coisas que indiquem as possibilidades de fraudes e ataques, também têm que ser mais sofisticadas.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil
Ameaça a empregos
Na avaliação do presidente da IBM, a inteligência artificial não tem capacidade de substituir profissões que exigem a criatividade humana. Ainda assim, ele vê como desafiador o caminho de carreiras que envolvem atividades repetitivas, como o movimento de acionar uma prensa manual para produzir uma peça industrial.
A nossa capacidade humana de criatividade é insubstituível. Não é que não dá para pintar igual a um artista, mas tem essa capacidade de imaginar, de criar e, principalmente, de entender o outro humano ligado a emoções. Isso é muito mais difícil de ser realizado de forma artificial.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil
Segundo o executivo, os próximos passos da inteligência artificial envolvem a capacidade humana. Com isso, ele disse vê a importância da união com as máquinas para a melhora dos serviços de atendimento e a tomada de decisões mais eficientes,
Com a IA, há dados e ações, mas não tem emoção. Acho que a tendência é nos adaptarmos para o mundo em que vai ter muito mais informação para as decisões serem tomadas sem emoções.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil