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Reforma tributária: compra internacional até US$ 50 vai pagar novo imposto

Compras online: compra internacional feita feita pela internet será taxada na Reforma Tributária Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

10/05/2024 04h00

As compras internacionais de até US$ 50 vão pagar o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) a ser criado com a reforma tributária.

Entenda

Hoje essas compras pagam 17% de ICMS e são isentas do Imposto de Importação. A regra atual foi definida no programa Remessa Conforme, criado no ano passado.

Reforma tributária prevê que todas as compras feitas na internet serão tributadas pelo IVA, sem distinção de valores. A regra inclui compras de bens e serviços feitas em sites estrangeiros, como Shein e Shopee.

Plataforma digital será responsável pelo pagamento do imposto. Assim, se uma empresa estrangeira vender um software para uma empresa no Brasil, ela será obrigada a recolher o novo imposto. Caso a plataforma não faça o recolhimento, o comprador brasileiro deverá pagar o tributo, acrescentando a alíquota ao preço de venda da mercadoria, segundo o secretário extraordinário de Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.

As empresas estrangeiras terão que se registrar para recolher o novo imposto. O registro será simplificado, seguindo práticas adotadas em outros países, disse Appy em entrevista coletiva para detalhar o projeto que regulamenta a reforma tributária, entregue no dia 24 de abril pelo governo ao Congresso.

O IVA vai substituir cinco tributos atuais, dentre eles o ICMS, ao qual as compras internacionais estão sujeitas hoje. Os outros quatro impostos substituídos são PIS, Cofins, IPI e ISS. O novo imposto será dual: serão criados a Contribuição sobre Bens e Serviços (tributo federal) e o Imposto sobre Bens e Serviços (tributo estadual e municipal). O IVA começará a ser cobrado em 2026 e será implementado gradualmente até 2033.

Isenção de Imposto de Importação

As novas regras do IVA não afetam o Imposto de Importação. Ou seja, as compras até US$ 50 continuarão isentas deste imposto, como definido no programa Remessa Conforme. Para compras acima desse valor, o imposto de importação é de 60%.

A isenção do imposto de importação para essas compras é criticada pelo varejo nacional. Empresários do setor reclamam de concorrência desleal com os sites estrangeiros e têm se mobilizado para acabar com a isenção.

Há iniciativas no Congresso para a retomada da cobrança. O relator do projeto de lei que institui o Mover, programa de incentivo à mobilidade verde, Átila Lira (PP-PI), incluiu no relatório da proposta o fim da isenção do Imposto de Importação para as compras internacionais de até US$ 50. O projeto do Mover deve ser votado nos próximos dias.

*Com informações da Agência Brasil

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